Uma nova modalidade de fraude bancária tem sido identificada, onde golpistas utilizam a engenharia social e aplicativos legítimos de acesso remoto para subtrair valores de contas. Diferente de ataques anteriores baseados em vírus, a tática atual dispensa malwares e foca na manipulação da vítima, conforme apontou um estudo da empresa de segurança cibernética Kaspersky.
Como funciona o novo golpe
Os criminosos simulam chamadas de centrais telefônicas falsas ou de supostos atendimentos ao cliente. Durante a ligação, persuadem as vítimas a instalar aplicativos de acesso remoto, sob o pretexto de resolver um problema. Uma vez que o aplicativo é instalado e a vítima acessa seu banco, os golpistas obtêm controle visual e operacional sobre a tela do celular, permitindo o acesso livre às contas bancárias.
Ainda segundo a Kaspersky, o método se diferencia por não envolver links maliciosos ou a instalação de softwares nocivos. Em muitos casos, os fraudadores já possuem dados prévios das vítimas, obtidos através de vazamentos ou bases de dados ilegais, o que dificulta a identificação da fraude por parte do usuário.
Transição de métodos criminosos
Dados da Kaspersky indicam uma mudança na estratégia dos criminosos no Brasil. Em 2023, o malware ATS (sistema automatizado de transferências), que alterava destinos e valores de transações Pix, foi bloqueado cerca de 3 mil vezes. No ano seguinte, o número caiu para 1.146. Em 2024, até o momento, foram registrados apenas 40 casos, após a prisão do grupo responsável.
Fábio Assolini, diretor da equipe global de pesquisa e análise da Kaspersky para as Américas, afirmou ao Uol que “uma nova expansão [de golpes] era esperada, mas isso não aconteceu. No lugar, os golpistas aderiram a um novo método usando apps legítimos de acesso remoto e o próprio poder de convencimento.”
Medidas de proteção para usuários
Especialistas em segurança digital recomendam algumas ações para se proteger contra este tipo de golpe:
- Desconfie de contatos telefônicos inesperados de instituições financeiras. Em caso de dúvida, procure o banco pelos canais oficiais.
- Evite instalar qualquer software de acesso remoto, principalmente durante chamadas telefônicas.
- Não guarde senhas bancárias ou informações pessoais sensíveis em notas ou aplicativos de mensagem no celular.
- Ative a autenticação de dois fatores em todos os aplicativos, especialmente os bancários, para aumentar a segurança do acesso.