A indústria cinematográfica de Hollywood frequentemente toma liberdades criativas ao abordar temas que envolvem ciência, tecnologia ou fenômenos naturais. Embora a ficção permita desvios da realidade, diversos roteiros de filmes apresentam imprecisões científicas que excedem a margem da verossimilhança, gerando discussões sobre a representação da ciência nas telas.
A seguir, uma lista de oito produções notórias por suas narrativas cientificamente questionáveis, com indicações de onde os espectadores podem assisti-los online.
Desafios da Terra e Asteroide
Um dos títulos frequentemente citado por suas incorreções científicas é “O Núcleo: Missão ao Centro da Terra” (2003). A trama centraliza-se na premissa de que a rotação do núcleo terrestre cessa, levando a uma equipe de cientistas a uma jornada para reativá-lo com explosivos nucleares. O filme erra ao atribuir o campo magnético da Terra à rotação do núcleo interno, quando, na verdade, ele é gerado por correntes de convecção no núcleo externo, que é líquido. Outra cena irrealista mostra a radiação derretendo a ponte Golden State, ignorando a proteção natural da atmosfera.
O filme-catástrofe “2012” (2009), baseado em uma interpretação equivocada do calendário maia sobre o fim do mundo, retrata eventos apocalípticos como terremotos e tsunamis causados por “neutrinos mutados”. Cientificamente, neutrinos interagem minimamente com a matéria, sendo incapazes de gerar o aquecimento significativo mostrado, o que contraria princípios da física de partículas.
Em “Armageddon” (1998), a trama envolve a NASA enviando perfuradores de petróleo para instalar uma bomba nuclear em um asteroide “do tamanho do Texas” prestes a colidir com a Terra. A dimensão do asteroide é inverossímil, e a potência necessária para sua destruição (bilhões de vezes superior à maior bomba H já detonada) é altamente exagerada. A escolha de perfuradores de petróleo em vez de astronautas para a missão é outro ponto de grande improbabilidade científica.
Clima, Vírus e Mente Humana
O sucesso de bilheteria “O Dia Depois de Amanhã” (2004) aborda as mudanças climáticas, mas com uma representação cientificamente criticada. O filme mostra uma nova era glacial desencadeada abruptamente pela interrupção da circulação do Oceano Atlântico Norte, com fenômenos meteorológicos que, na realidade, levariam décadas ou séculos para se manifestar, ocorrendo em questão de dias.
Durante a pandemia de COVID-19, o filme “Epidemia” (1995), que retrata a disseminação de um vírus semelhante ao ebola, ganhou nova visibilidade, mas é marcado por inconsistências científicas. A multiplicação do vírus em apenas uma hora e a síntese da cura em menos de um minuto são tempos irrealistas, bem como a melhora imediata dos pacientes após a aplicação do antídoto.
“Lucy” (2014), estrelado por Scarlett Johansson, baseia sua premissa no mito de que os seres humanos utilizam apenas 10% do cérebro. A personagem, ao absorver uma droga, supostamente acessa capacidades cerebrais crescentes, desenvolvendo superpoderes. Contudo, a ideia de usar somente uma pequena fração do cérebro é cientificamente incorreta, sendo um conceito há muito refutado.
Corpos Celestes e DNA Antigo
Em “Moonfall: Ameaça Lunar” (2022), a Lua é puxada de sua órbita, entrando em rota de colisão com a Terra. O filme se apoia na pseudociência da “Lua oca” e em teorias conspiratórias, além de exibir erros físicos notáveis, como tsunamis e distúrbios gravitacionais exagerados e sem fundamento científico.
Por fim, mesmo aclamado, “Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros” (1993), sob a direção de Steven Spielberg, parte de uma premissa com imprecisão científica fundamental: a recriação de dinossauros a partir de DNA preservado em âmbar. A viabilidade científica de usar DNA tão fragmentado para clonagem é considerada inviável pela comunidade científica.
Os filmes mencionados estão disponíveis em diversas plataformas de streaming, incluindo Netflix, Max, Disney+, Amazon Prime Video, Mercado Play (gratuito com anúncios), Telecine, e para aluguel ou compra em serviços como Youtube Filmes e Apple TV.
