A meteorologia, a ciência dedicada ao estudo da atmosfera terrestre e seus variados fenômenos, é frequentemente alvo de equívocos e crenças populares. Compreender essa área é fundamental para distinguir o que é fato do que é mito sobre o clima e a previsão do tempo. A disciplina analisa a interação de variáveis como temperatura, pressão, umidade, vento e radiação solar para formar as condições meteorológicas.
Desvendando Crenças Comuns
Uma das crenças mais difundidas é a de que “um raio nunca cai duas vezes no mesmo lugar”. Esta afirmação é falsa. Estruturas elevadas, como torres ou monumentos, podem ser atingidas repetidamente. No Rio de Janeiro, o Cristo Redentor é um exemplo notório, sendo alvo de raios múltiplas vezes ao ano.
Outro mito comum é a ideia de que “o céu é azul porque reflete os oceanos”. A coloração azul do céu decorre da dispersão de Rayleigh, um fenômeno óptico em que a luz solar interage com as moléculas atmosféricas. Os comprimentos de onda azuis se espalham com maior facilidade, conferindo ao céu sua tonalidade característica, enquanto o mar apenas reflete essa cor.
Clima e Aquecimento Global
Muitos questionam a existência do aquecimento global frente a ondas de frio intenso. No entanto, “o aumento das ondas de frio prova que o aquecimento global não existe” é um mito. Fenômenos meteorológicos pontuais não anulam tendências climáticas de longo prazo. As mudanças climáticas, inclusive, podem intensificar eventos de frio em algumas regiões ao alterar padrões atmosféricos globais.
Existe um consenso significativo na comunidade científica sobre as causas das alterações climáticas. A afirmação “os cientistas discordam sobre a causa das mudanças climáticas” é falsa. Aproximadamente 99% dos estudos revisados por pares indicam que a atividade humana, principalmente a emissão de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO₂), é a principal responsável pelas mudanças climáticas atuais. O aumento do CO₂ afeta diretamente o clima, contribuindo para o aquecimento do planeta, o derretimento de geleiras e a elevação do nível do mar.
Particularidades Climáticas no Brasil
No Brasil, o mês de fevereiro é, de fato, o mais quente do ano. Isso se deve ao país estar no auge do verão nesse período, com temperaturas elevadas registradas em diversas regiões, especialmente no Sudeste e Centro-Oeste.
Apesar de raros, furacões podem ocorrer em território brasileiro. Um exemplo notório foi o ciclone Catarina, que atingiu o Sul do país em 2004. As condições para a formação de furacões no Brasil são incomuns, mas eventos extremos podem se tornar mais frequentes com as mudanças climáticas.
Outra dúvida frequente é se “tornados sempre se movem de oeste para leste”. Esta é uma crença errônea. Embora essa seja uma direção predominante em algumas áreas, tornados podem se deslocar em qualquer sentido e, inclusive, alterar seu percurso de forma imprevisível.
Por fim, a ideia de que “tsunamis não atingem o Brasil” é um mito. Embora seja um evento de baixa probabilidade, o litoral brasileiro pode ser afetado por tsunamis, especialmente se ocorrerem deslizamentos submarinos ou terremotos em outras partes do Oceano Atlântico. O risco é considerado baixo, mas não inexistente.