Relatórios recentes mostram quanto a expansão da inteligência artificial tem impacto no uso de água. As estimativas variam, mas a tendência é clara: mais modelos, mais servidores e, portanto, mais água envolvida na refrigeração e na geração de energia.
Os números
Alguns dados ajudam a entender a dimensão do tema:
- Morgan Stanley projetou que a demanda por água associada à IA pode chegar a 1 trilhão de litros até 2028.
- A Universidade da Califórnia apontou que o modelo GPT-3 pode consumir cerca de 0,5 litro de água potável se um usuário fizer entre 20 e 50 perguntas.
- Levantamentos citados pelo G1 multiplicaram essa taxa por uma base de cerca de 400 milhões de usuários semanais e chegaram a aproximadamente 200 milhões de litros por semana.
- Em outra referência, estimou-se que, com bilhões de consultas diárias, o ChatGPT teria consumido cerca de 200 milhões de litros por ano.
- O Google usou cerca de 24 bilhões de litros em 2023 só para manter seus data centers.
- Relatórios reunidos sugerem que os data centers globais consumiram cerca de 560 bilhões de litros por ano e que esse número poderia chegar a 6,6 trilhões de litros até 2027.
- Estimativas adicionais indicam que data centers dedicados à IA podem consumir até 1,2 trilhão de litros por ano até 2030, com um aumento de consumo da ordem de seis vezes nos próximos anos.
- O parque de data centers cresceu de cerca de 500 mil em 2012 para mais de 8 milhões atualmente; segundo a AIE, esse número pode dobrar até 2030.
- Cerca de 80% da água usada para resfriamento evapora, o que reduz a possibilidade de reaproveitamento.
“Chatbots de IA consomem mais eletricidade do que os mecanismos de busca tradicionais”, afirmou o Collegenp.
Comparações práticas
Para ter uma ideia: o gasto semanal atribuído ao ChatGPT, nas contas publicadas, foi comparado ao consumo diário de cidades brasileiras. O valor aproximado ficou perto do uso diário de Guarulhos (SP), que consumiu cerca de 170 milhões de litros por dia, e de Dourados (MS), com cerca de 33 milhões de litros por dia.
Em resumo, a operação de data centers — e o crescimento de serviços de IA que exigem centros maiores e mais energia — está diretamente ligada a aumentos relevantes no consumo de água.
Como equilibrar avanço tecnológico e preservação dos recursos hídricos? É a pergunta que fica, diante de números que mostram um desafio crescente para planejamento, gestão e sustentabilidade.