Um grupo de cientistas da Universidade de Buenos Aires, na Argentina, trouxe à luz uma descoberta fascinante sobre o mundo animal que nos aproxima ainda mais de nossos amigos de penas. Eles dedicaram um tempo observando de perto o comportamento noturno do Bem-te-vi, um pássaro bastante familiar em terras sul-americanas, e o que encontraram foi surpreendente: esses pássaros não apenas sonham, mas também cantam enquanto estão imersos em seus sonhos.
A equipe utilizou uma técnica inovadora, mapeando as contrações musculares na área vocal do Bem-te-vi para recriar a melodia que o pássaro executava em silêncio durante o sono. O resultado foi um canto muito específico que revelou ao grupo o tema do sonho do pássaro: uma recriação de uma disputa territorial. O som, capturado pelos pesquisadores, ofereceu uma perspectiva única sobre os sonhos do Bem-te-vi.
Uma Conexão Empática
Gabriel Mindlin, um dos principais autores do estudo e especialista na física por trás do canto dos pássaros, compartilhou a emoção que essa descoberta trouxe. “Ouvir” o que os pássaros sonham por meio de modelos físicos trouxe não apenas compreensão científica, mas também um sentimento de proximidade emocional com as aves. “Senti uma grande empatia ao imaginar aquele pássaro solitário recriando uma disputa territorial em seu sonho. Temos mais em comum com outras espécies que normalmente reconhecemos”, descreveu Mindlin.
Esta pesquisa abre as portas para explorar mais profundamente como outros animais sonham e se comportam, utilizando a biomecânica dinâmica para interpretar sinais de comportamento. A intrigante questão de saber o que nossos próprios animais de estimação podem estar sonhando surge naturalmente a partir deste estudo.
Publicada na revista Chaos, a pesquisa é um passo significativo para entendermos melhor os sonhos dos animais e, por extensão, os nossos. Afinal, o que descobrimos através do Bem-te-vi é um lembrete da incrível interconexão de todos os seres vivos. Quem sabe o que mais poderemos descobrir sobre as vidas secretas dos animais que nos cercam?
Fonte: New Atlas.
