Imagine pesquisadores procurando novas formas de combater doenças graves. E se a solução viesse de um lugar inesperado? Cientistas da USP estão tendo resultados promissores usando algo surpreendente: uma proteína encontrada no veneno da cascavel. Eles estão testando essa substância contra um tipo de câncer de mama bastante agressivo, conhecido como triplo negativo, que costuma ser difícil de tratar.
O Que Foi Descoberto?
Em testes feitos no laboratório, essa proteína, chamada crotoxina, conseguiu eliminar e parar a multiplicação das células cancerosas mais resistentes. Os pesquisadores viram que ela causou a morte das células do tumor e bloqueou os mecanismos que elas usam para se defender. O mais importante é que a proteína não pareceu fazer mal às células saudáveis que estavam por perto.
- A crotoxina induziu a morte celular por necrose.
- Ela inibiu mecanismos de defesa como autofagia e apoptose nas células cancerosas.
- A substância causou danos ao DNA tumoral.
- Não houve interação negativa com um quimioterápico comum, a doxorrubicina.
E Agora? O Que Falta?
É claro que esses resultados são de testes iniciais em laboratório. Para que a crotoxina se torne um medicamento real para pacientes, ainda são necessários muitos outros estudos. Os próximos passos incluem testar a substância em organismos vivos (estudos pré-clínicos) e depois em pessoas (estudos clínicos), além de definir a dosagem ideal.
Este trabalho importante foi publicado na revista científica Toxicon e teve a colaboração de outras instituições brasileiras e da Universidade do Porto, em Portugal.