Um grupo de cientistas da Universidade de Brasília (UnB) descobriu algo bastante promissor no tratamento contra a dependência de crack. Eles testaram o canabidiol, mais conhecido como CBD, um composto da planta da cannabis, mas sem efeito psicoativo. O estudo mostrou que o CBD pode ser mais eficaz e ter menos efeitos colaterais do que os remédios tradicionalmente usados.
No estudo, participaram 73 pessoas que usam crack. Eles foram divididos em dois grupos de forma aleatória. O primeiro grupo recebeu os medicamentos convencionais, que incluem antidepressivos, estabilizadores de humor e ansiolíticos, além de um óleo placebo. O segundo grupo, por outro lado, recebeu óleo de canabidiol e pílulas placebo, para simular os medicamentos convencionais.
Por dez semanas, os participantes visitaram a equipe do estudo semanalmente. Eles levavam para casa um kit de medicação e respondiam a questionários sobre seu uso de drogas. Além disso, passavam por uma avaliação com psicossociais e médicos e faziam um teste toxicológico de urina.
Os resultados foram claros. O grupo que usou CBD relatou melhoria em sintomas como falta de apetite e dificuldade para reduzir o uso de crack. Eles também tiveram uma redução maior no uso de crack e sofreram menos efeitos colaterais adversos em comparação com o grupo que recebeu tratamento convencional. Esses efeitos colaterais podem ser bem sérios, envolvendo desde constipação até problemas de memória e baixa concentração, o que torna ainda mais difícil seguir o tratamento para quem depende de crack.
Este estudo inovador da UnB abre portas para novas formas de tratamento para a dependência de crack, mostrando que o canabidiol pode ser uma alternativa mais segura e eficaz do que os medicamentos atualmente disponíveis.