Um recente estudo publicado no The Lancet Regional Health – Americas revela um crescimento preocupante nas taxas de excesso de peso e obesidade entre crianças e adolescentes no Brasil. Destacando dados alarmantes, o estudo mostra que 30% dos meninos e 26,6% das meninas nascidos entre 2008 e 2014 enfrentam esses problemas de saúde.
Quais são as causas?
Os pesquisadores identificaram que fatores genéticos, endocrinológicos e neuronais são alguns dos elementos biológicos que contribuem para a obesidade infantil. Além disso, o estilo de vida moderno também desempenha um papel crucial, especialmente devido ao alto consumo de alimentos ultraprocessados e a práticas sedentárias.
Impactos na saúde das crianças
A obesidade pode levar a múltiplas complicações de saúde desde a infância. Doenças crônicas, como infarto, AVC e alguns tipos de câncer, já são uma realidade para alguns jovens. Um estudo do Instituto do Coração (InCor) em São Paulo com 104 jovens mostrou que 57% deles apresentavam níveis elevados de colesterol e 55,4% tinham triglicérides acima do recomendado.
Outra pesquisa, dessa vez pela Universidade Federal de São Paulo, estudou 220 crianças e adolescentes, dos 5 aos 14 anos, detectando resistência à insulina em 33,2% dos participantes. A pesquisa também vinculou o aumento da circunferência abdominal a um maior risco de desenvolver diabetes.
Estatísticas nacionais
Segundo a Federação Mundial de Obesidade, em 2020, aproximadamente 1,2 milhão de crianças brasileiras sofriam de hipertensão e 535 mil exibiam altos níveis de açúcar no sangue devido ao excesso de peso. Essas condições médicas não apenas afetam os sistemas internos, mas também colocam uma pressão intensa sobre os ossos e articulações das crianças, complicando ainda mais sua saúde e bem-estar em longo prazo.
Diante desses dados, fica evidente a necessidade de abordagens mais eficazes para lidar com a obesidade infantil, considerando tanto a prevenção quanto o tratamento, para garantir uma geração mais saudável no futuro.