Em 2025, a inteligência artificial deixou de ser assunto de laboratório e virou presença cotidiana — chegando também a cidades da Bahia. Essa chegada acelerou depois que o ChatGPT foi liberado ao público em 30 de novembro de 2022, embora seus alicerces já viessem de anos de integração de algoritmos de aprendizado profundo utilizados desde 2017.
O que mostraram os estudos
Um levantamento de economistas ligados à OpenAI e a Harvard analisou 1,5 milhão de conversas entre novembro de 2022 e julho de 2025. A conclusão foi clara: a maior parte das interações tratava de tarefas do dia a dia — orientação prática, busca de informação e produção de texto. No conjunto, o uso para atividades não relacionadas ao trabalho ultrapassou 70%.
Os pesquisadores também identificaram uma mudança no perfil de uso ao longo do tempo: em junho de 2025, 73% das mensagens não estavam ligadas ao trabalho, contra 53% em junho de 2024. O resultado sugere que a IA vem se integrando cada vez mais à rotina pessoal das pessoas.
Outro indicador, o índice econômico da Anthropic sobre uso per capita, mostrou grandes desigualdades entre países: em Singapura o uso chegou a ser cerca de 4,6 vezes maior do que o previsto pelo tamanho da população, enquanto Índia e Nigéria registraram níveis equivalentes a cerca de um quarto do esperado.
“Quando o ChatGPT se tornou disponível publicamente em 30 de novembro de 2022, a mudança pareceu repentina, mas foi construída em anos de integração incremental”, disse Jeanne Beatrix Law, professora da Universidade Estadual de Kennesaw.
“Convidar a IA para nossas mesas de cozinha não como um oráculo misterioso, mas como um assistente útil, significa cultivar a alfabetização em IA e aprender técnicas de prompting”, disse Jeanne Beatrix Law.
Os estudos cobririam o período até julho de 2025 e, além de mapear a difusão da tecnologia, destacaram a desigualdade de acesso entre países. Especialistas recomendaram investimentos em alfabetização em IA e em práticas para mitigar riscos como caminhos para ampliar os benefícios e reduzir as disparidades observadas.
Em resumo: a IA já faz parte do cotidiano de muita gente, mas para que seus ganhos sejam mais equitativos é preciso educação, medidas práticas e atenção aos riscos — não só tecnologia, mas também preparo das pessoas para usá‑la bem.

