Em uma viagem até os confins do inexplicável e intrigante universo da matéria escura, pesquisadores voltaram os olhos para uma descoberta promissora: as estrelas de áxion. Objeto de estudos recentes, essas formações cósmicas revelam-se como potenciais chaves para desvendar os mistérios de uma substância que compõe cerca de 85% da massa do Universo, mas que se mantém invisível e inatingível aos métodos tradicionais de observação astronômica.
Os áxions, partículas hipotéticas de massa extremamente leve, sugeridos pela primeira vez no distante ano de 1977, surgem como candidatos primordiais para compor a matéria escura. Embora estas partículas tenham se esquivado de detecção direta até o momento, sua natureza teórica oferece uma pista empolgante sobre como interagem entre si e com o cosmos.
De acordo com uma pesquisa divulgada na conceituada revista *Physical Review D*, quando áxions se aglomeram, podem formar estrelas de áxion. Estas não são meras estrelas comuns, mas sim, entidades cósmicas com potenciais explosivos, capazes de aquecer o Universo em um processo comparável ao de supernovas. Isso reacende a esperança de que, observando essas explosões, os cientistas possam finalmente detectar e estudar a matéria escura.
O impacto dessas explosões cósmicas não se limita apenas a um espetáculo de calor e luz. A equipe liderada por Malcolm Fairbairn, do King’s College London, sugere que as estrelas de áxion, ao alcançarem um ponto de instabilidade e explodirem, poderiam liberar radiação de forma suficiente para aquecer o gás entre galáxias nos primeiros 500 milhões de anos após o Big Bang.
Além de sua contribuição para o aquecimento cósmico, as explosões das estrelas de áxion podem ter deixado rastros observáveis no fundo cósmico de micro-ondas, uma radiação que permeia o universo e carrega consigo as marcas dos eventos primordiais do cosmos. Os cientistas propõem que, investigando esses sinais através de ondas de rádio específicas, conhecidas como medidas de 21 centímetros, poderiam confirmar a presença e as propriedades da matéria escura composta por áxions.
Com o avanço das tecnologias e o desenvolvimento de novos instrumentos de observação, a busca por áxions e a compreensão de seu papel na formação e evolução do Universo estão se tornando cada vez mais tangíveis. Projetos como o Dark Matter Radio prometem avançar nessa jornada intrigante, marcando o que pode ser uma era dourada para a astrofísica e nossa compreensão do universo em que habitamos.
