Um novo livro do neurocientista Charan Ranganath traz uma perspectiva inovadora sobre a memória. Na obra “Por que nos lembramos”, o autor defende que o esquecimento pode ser benéfico para a saúde em certas situações.
Ranganath explica que as memórias se formam através de conexões neurais, algumas mais fortes e eficazes do que outras. É por isso que nossas lembranças são sempre um pouco imperfeitas. Dessa forma, tentar acessar ativamente os conhecimentos que estamos tentando aprender acaba sendo uma estratégia mais eficaz, pois expõe as fraquezas dessas conexões e permite ao cérebro aprimorá-las.
Técnicas de aprendizagem ativa, como conduzir por um bairro ao invés de apenas visualizá-lo em um mapa digital, ou atuar em uma peça em vez de apenas ler o roteiro, tendem a ser mais eficientes segundo o neurocientista.
O lado positivo do esquecimento
Ranganath afirma que se não esquecêssemos nada, acumularíamos tantas memórias que dificilmente encontraríamos as informações desejadas quando necessário. Ele então questiona: “Precisamos realmente memorizar tudo que acontece todos os dias?”.
O autor destaca ainda que, com o envelhecimento, não paramos de formar novas memórias, mas passamos a nos distrair com informações banais, deixando de focar naquilo que realmente importa lembrar. Assim, ao tentar acessar essas memórias relevantes, não conseguimos encontrar os dados que procuramos.
