Uma descoberta significativa revela diferenças no desenvolvimento cerebral entre homens e mulheres diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Essa constatação pode facilitar a identificação precoce do autismo em meninas no futuro.
O estudo, publicado na revista Molecular Psychiatry, examinou os cérebros de 290 crianças autistas (202 meninos e 88 meninas) e 139 crianças neurotípicas (79 meninos e 60 meninas), com idades entre 2 e 13 anos. Os pesquisadores analisaram o processo de amadurecimento do córtex cerebral, a camada externa responsável por funções cognitivas importantes.
Engrossamento e afinamento cortical
Entre os 2 e 10 anos, o córtex passa por um acelerado engrossamento, formando uma densa rede de conexões neurais. Em seguida, ocorre o “afinamento cortical”, um processo que filtra as informações excessivas adquiridas durante a infância, preparando o cérebro para tarefas mais complexas e aprimorando habilidades como linguagem, memória, atenção e controle motor.
Diferenças entre autistas de sexos distintos
Ao comparar o desenvolvimento cerebral de autistas do sexo masculino e feminino, os pesquisadores encontraram algumas diferenças significativas. Embora os detalhes não tenham sido especificados no resumo, sugere-se que essas variações possam ser explicadas por uma combinação de fatores genéticos, hormonais e influências culturais relacionadas ao gênero.
O estudo reconhece a necessidade de investigações mais aprofundadas para compreender completamente essas diferenças e seu impacto em pessoas transgênero, não binárias ou intersexuais com autismo. No entanto, os resultados representam um avanço importante para aprimorar o diagnóstico precoce em meninas com TEA, já que os homens são diagnosticados com autismo quatro vezes mais do que as mulheres.
