As celebrações do Dia das Mães, tradicionalmente marcadas por um aumento no consumo, também representam um período de risco elevado para fraudes. Em 2024, as vendas nessa data cresceram 6,8% em relação ao ano anterior, de acordo com o Índice Cielo do Varejo Ampliado. O volume financeiro movimentado chama a atenção de golpistas, que intensificam suas ações neste período.
Diante desse cenário, a Associação Brasileira de Bancos (ABBC) lançou a campanha “Tem Cara de Golpe”, voltada à conscientização dos consumidores sobre os riscos de fraudes durante as compras, especialmente as realizadas pela internet. A ação alerta para diversos tipos de golpe e oferece recomendações práticas para que os consumidores se protejam.
Entre as principais orientações da campanha, destacam-se:
- Ativar a autenticação em duas etapas em todos os dispositivos;
- Garantir a proteção dos aplicativos bancários com senhas e biometria;
- Manter a possibilidade de bloqueio remoto do celular em caso de perda ou roubo;
- Nunca compartilhar senhas ou dados bancários por telefone ou mensagens de origem duvidosa;
- Notificar imediatamente o banco ou a operadora do cartão em caso de suspeita de golpe;
- Registrar boletim de ocorrência e avisar à operadora de telefonia em caso de smartphone perdido ou furtado.
Segundo o CEO da ABBC, Leandro Vilain, os criminosos se aproveitam da carga emocional que envolve a data para enganar os consumidores. “Golpistas exploram os momentos em que estamos mais vulneráveis, e o Dia das Mães, com toda a sua carga emocional, é um deles. Um presente inesperado ou uma mensagem fora do comum pode ser o início de uma fraude. Basta um clique”, afirma.
Golpes mais comuns no período
A campanha detalha os principais tipos de golpe registrados no período do Dia das Mães. Confira:
1. Entrega de brindes com maquininha manipulada
Os golpistas se passam por representantes de lojas ou empresas que estariam entregando presentes ou brindes em nome da loja. Para concluir a entrega, exigem o pagamento de uma suposta taxa por cartão, utilizando uma maquininha com visor danificado. O valor cobrado, no entanto, é superior ao informado.
2. Uso indevido de selfies
Outra tática é solicitar uma selfie da vítima como suposta comprovação de recebimento do brinde. Essa imagem pode ser usada para acessar contas bancárias, realizar transferências ou abrir contas fraudulentas.
3. Falsos sites de e-commerce
Durante o período promocional, golpistas criam sites falsos ou clonam páginas de lojas conhecidas para ofertar produtos com grandes descontos. Após o pagamento — geralmente por Pix ou boleto — o item nunca é entregue. Além disso, os dados fornecidos podem ser utilizados para outras fraudes financeiras.
4. Centrais de atendimento falsas
Nesse golpe, os criminosos entram em contato se passando por funcionários de instituições financeiras. Alegam tentativas de compras suspeitas e solicitam dados sensíveis, como senhas e códigos de segurança. Os bancos não pedem essas informações por telefone.
5. Mensagens de texto fraudulentas (SMS)
Milhões de SMS falsos são enviados com links que simulam promoções, recompensas de pontos ou alertas de compras. Ao clicar, a vítima é direcionada a uma página falsa e pode fornecer dados que serão usados pelos golpistas.
Dicas extras de segurança para reduzir os riscos:
- Em qualquer dúvida, entre em contato com a central oficial do seu banco.
- Dê preferência a sites conhecidos e confiáveis, acessando-os diretamente pelo navegador;
- Verifique se o endereço do site possui certificado de segurança (cadeado ao lado da URL);
- Antes de pagar boletos, confira os dados do beneficiário;