A ideia fascinante de trazer de volta animais extintos, algo que antes parecia coisa de filme de ficção científica, está se tornando uma possibilidade real. Tudo isso graças aos avanços impressionantes na engenharia genética. Cientistas ao redor do mundo estão agora explorando a fundo o que chamam de “desextinção”, usando técnicas poderosas como edição genética e clonagem.
Mas é importante entender que o objetivo aqui não é criar cópias exatas de animais que desapareceram há muito tempo. Em vez disso, a ideia é modificar geneticamente espécies que ainda existem, geralmente parentes próximos dos extintos, para que elas possam desempenhar papéis ecológicos semelhantes aos que as espécies originais tinham em seus habitats.
E como eles escolhem quais espécies tentar trazer de volta? Não é uma decisão aleatória. Os cientistas levam em conta vários fatores importantes, como a viabilidade técnica do projeto, o impacto ecológico positivo que a espécie poderia ter ao retornar e a chance real de ela se reintegrar ao ambiente natural. Espécies que eram fundamentais para seus ecossistemas ou que poderiam ajudar a combater as mudanças climáticas costumam estar entre as prioridades. Além disso, a própria tentativa de desextinção pode servir como uma ferramenta de conservação, chamando a atenção para a importância da biodiversidade e a necessidade de proteger as espécies que correm risco hoje.
De Volta para o Futuro? Conheça as Espécies na Mira
Mamute Lanoso
Um dos símbolos da era glacial, o mamute lanoso, que desapareceu cerca de 4 mil anos atrás, é um dos grandes candidatos. Cientistas buscam inserir genes de mamute em embriões de elefantes asiáticos. Trazer esses gigantes de volta para as estepes siberianas poderia ajudar a restaurar paisagens antigas e até combater o aquecimento global, pois sua atividade ajudaria a manter o solo congelado, o permafrost.
Tigre-da-Tasmânia (Tilacino)
O tilacino, aquele marsupial que lembra um cão com listras, foi extinto nos anos 1930. Pesquisadores na Austrália trabalham com clonagem e edição genética para, quem sabe, reviver essa espécie. Se ele voltasse, poderia ajudar a controlar raposas e coelhos, que são espécies invasoras por lá, trazendo de volta o equilíbrio ecológico da Tasmânia.
Dodô
Um ícone das extinções causadas por nós, o dodô sumiu no século XVII. Agora, cientistas tentam resgatar DNA suficiente para cloná-lo, usando pombos como “barrigas de aluguel”. Reintroduzir o dodô em seu lar original, hoje protegido, seria um lembrete poderoso da importância de cuidar do nosso planeta.
Pombo-Passageiro
Imagine bandos enormes, escurecendo o céu da América do Norte. Era assim com o pombo-passageiro, extinto no começo do século XX por causa da caça e da perda de habitat. Projetos para trazê-lo de volta visam ajudar na recuperação de florestas e manter a variedade de vida selvagem.
Quagga
Parentes das zebras, os quaggas desapareceram no século XIX. Cientistas estão usando cruzamentos seletivos com zebras para criar animais parecidos com os quaggas originais. Se esses animais voltarem às planícies africanas, poderão contribuir para a diversidade genética e para a saúde do ecossistema local.
Alce-Gigante
Esse cervídeo enorme habitava a Europa e a Ásia há muito tempo. Trazer o alce-gigante de volta poderia ajudar a recuperar áreas de pastagem abertas e a aumentar a biodiversidade em lugares onde grandes herbívoros já não existem mais.
Leão-das-cavernas
Um dos maiores felinos de todos os tempos, o leão-das-cavernas, se extinguiu há cerca de 12 mil anos. Reviver essa espécie é um assunto polêmico, mas estudar o DNA desses animais pode nos ensinar muito sobre como os grandes felinos evoluíram e como funcionavam os ecossistemas do passado, o que ajudaria na proteção dos leões de hoje.
Rinoceronte-lanoso
Totalmente adaptado ao frio intenso, o rinoceronte-lanoso sumiu uns 10 mil anos atrás. Sua volta poderia ajudar a restaurar ecossistemas de tundra e fornecer dados importantes sobre a adaptação a baixas temperaturas, o que seria ótimo para conservar rinocerontes e outras espécies que vivem em climas frios hoje em dia.
Tigre-dente-de-sabre
Famoso pelos caninos enormes, o tigre-dente-de-sabre desapareceu há uns 10 mil anos. Trazer esse predador de volta é super complicado tecnicamente. No entanto, pesquisas com seu DNA podem nos ajudar a entender melhor a evolução de predadores e a dinâmica dos ecossistemas antigos.
Auroque
Esse é o “avô” do gado que conhecemos hoje, extinto no século XVII. Assim como o quagga, projetos usam cruzamento seletivo para recriar animais com características do auroque original. Reintroduzi-los pode ser útil para manejar pastagens e aumentar a diversidade em áreas rurais.