Pesquisadores da Universidade Johannes Gutenberg de Mainz, na Alemanha, utilizaram depósitos de carbonato de cálcio para desvendar a história de um antigo complexo de moinhos romanos. A equipe de cientistas analisou os depósitos formados nas laterais e na base do sistema de abastecimento de água de madeira, que transportava a água para as rodas dos moinhos.
Os pesquisadores enfrentaram o desafio de encaixar 140 peças recuperadas, como se fosse um quebra-cabeça, para entender melhor as estruturas. Utilizando técnicas avançadas, como a espectrometria de massa, a equipe conseguiu analisar as camadas de carbonato de cálcio para obter informações detalhadas sobre o funcionamento dos moinhos.
O estudo, publicado na revista Geoarchaeology, revelou que as rodas de madeira e os canais de água precisavam ser substituídos a cada três a oito anos. Em um dos casos, a estrutura foi trocada por uma maior. A análise das camadas de carbonato mostrou que os níveis de água variavam ao longo do tempo, com as camadas inferiores indicando níveis mais baixos e as camadas superiores evidenciando níveis mais altos.
Além disso, os pesquisadores identificaram diferenças claras entre as camadas dos três canais de água analisados, sugerindo que eles operavam de forma independente. O estudo também apontou que o lado oeste do complexo foi desativado antes do lado leste.
Essas descobertas fornecem uma visão detalhada do funcionamento e da manutenção dos moinhos romanos, demonstrando a importância da análise de depósitos de carbonato de cálcio em estudos arqueológicos.
