Descoberta arqueológica na China revela calendário astronômico milenar em tumba preservada

Em recente expedição arqueológica no sudoeste da China, pesquisadores identificaram um conjunto de peças de madeira que compõem um artefato classificado como calendário astronômico. O achado ocorreu em uma tumba com aproximadamente dois mil anos de idade, cuja preservação é notável. Cada peça retangular mede cerca de 2,5 cm de largura por 10 cm de comprimento e apresenta perfurações que indicam uma possível ligação entre elas.

Os escritos nas peças são associados ao sistema Tiangan Dizhi, uma estrutura de calendário astronômico que era utilizada durante o período da dinastia Shang. Não há ainda plena compreensão de como o calendário era operacionalizado, mas entre as peças, acredita-se que uma represente o ano de 2023.

Os achados dessa natureza em um contexto funerário são inéditos, segundo os especialistas. Na época precedente à invenção do papel, era comum a utilização de madeira e bambu para escrita na China. O local do achado, o distrito de Wulong, fica a 1.400 quilômetros de distância de Pequim. A tumba continha uma variedade de objetos antigos, incluindo uma lista escrita dos itens funerários.

A datação do túmulo remete a 193 a.C., associando-o ao período da dinastia Han ocidental. Mais de 600 itens foram recuperados, incluindo utensílios de cobre, estatuetas de madeira, e objetos de cerâmica e bronze, encontrando-se todos em excepcional estado de conservação. A descoberta contribui significativamente para o entendimento da cultura e práticas astronômicas da China antiga.