Em uma revelação preocupante, Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, anunciou que o Brasil está no caminho de possivelmente registrar mais de 4 milhões de casos de dengue neste ano, superando as estimativas iniciais. Durante uma coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (09), Maciel explicou que os casos se manifestaram mais cedo do que o esperado, rompendo os padrões tradicionais de incidência da doença, que geralmente começa a se intensificar no final de março e início de abril. Este fenômeno de “antecipação” dos casos trouxe um alerta sobre a necessidade de medidas preventivas imediatas.
Na vanguarda dessa luta contra a dengue está a distribuição de vacinas já iniciada pelo Ministério da Saúde. A primeira leva de doses foi entregue a regiões estratégicas, com Distrito Federal e Goiás já tendo recebido os imunizantes. Outros estados como Bahia, Acre, Paraíba, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Amazonas, São Paulo e Maranhão estão na fila para receber suas doses iminentemente. Este lote inicial, composto por 712 mil doses, é direcionado para impactar cerca de 315 municípios, o que representa 60% dos 521 municípios previamente selecionados para a campanha de vacinação que tem previsão de início até a primeira quinzena de março, focando inicialmente no grupo de 10 a 11 anos de idade.
Sobre a vacina, a campanha nacional de imunização incorporará a vacina Qdenga, que exige duas doses para conferir proteção adequada. Além disso, há opções para vacinação na rede privada disponíveis para indivíduos entre 4 e 60 anos, exceto gestantes, lactantes e imunocomprometidos, com preços variando entre R$ 300 e R$ 450. O laboratório responsável pela produção das vacinas prometeu entregar um total de 6,5 milhões de doses ao longo do ano, garantindo suporte contínuo à campanha de vacinação.
Adicionalmente, a prevenção da dengue não se limita à vacinação. Estratégias para impedir a reprodução do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença, são fundamentais. Isso inclui medidas como a eliminação de água parada, que serve como ambiente de reprodução para os mosquitos, e o uso regular de repelentes.
À medida que o Brasil enfrenta essa ameaça crescente à saúde pública, o fortalecimento das estratégias de prevenção e controle nunca foi tão crucial. A antecipação dos casos de dengue este ano sinaliza um desafio significativo, mas a mobilização de recursos, incluindo a distribuição de vacinas, aponta para um esforço concertado para mitigar o impacto dessa doença nos cidadãos brasileiros.
