Dois estudos recentes revelaram que humanos modernos e neandertais se cruzaram há cerca de 47 mil anos, um evento que deixou marcas no DNA de muitas pessoas atualmente. Pesquisadores analisaram restos humanos antigos, incluindo o crânio de uma mulher da República Tcheca, que viveu há 45 mil anos.
Esses estudos, publicados nas revistas Science e Nature, fornecem novas informações sobre esse intercâmbio genético. Um dos estudos examinou o DNA de 275 humanos modernos e 59 pré-históricos, sugerindo que o cruzamento ocorreu ao longo de aproximadamente sete mil anos, a partir de 50,5 mil anos atrás.
Outro estudo sequenciou genomas de humanos antigos e identificou uma linhagem que incluía uma mãe e seu bebê com ascendência neandertal que remonta a 80 gerações. Priya Moorjani, uma das autoras do estudo, afirmou que esses cruzamentos foram eventos comuns e contínuos, não ocorrências raras.
Além disso, a pesquisa indica que entre os ancestrais dos humanos que migraram da África, aproximadamente um em cada 20 tinha ascendência neandertal. Embora os neandertais tenham desaparecido há cerca de 39 mil anos, suas interações com os Homo sapiens foram fundamentais para a nossa evolução. Hoje, o DNA neandertal presente nos humanos modernos está associado a várias características, como a pigmentação da pele e a resposta imunológica.