O Monte Everest, a montanha mais alta do mundo, está aumentando sua altura anualmente, segundo um estudo recente. Nos últimos 89 mil anos, a elevação do Everest variou entre 15 e 50 metros. Matthew Fox, geólogo do University College London e coautor da pesquisa, destacou que os alpinistas precisarão escalar cerca de 20 metros a mais para alcançar o cume.
A pesquisa sugere que esse crescimento está relacionado a um fenômeno de “captura de rio” que ocorreu há quase 90 mil anos. A rede de rios Arun, situada a cerca de 75 quilômetros a leste do Everest, desviou água de um rio que fluía ao norte da montanha. Esse desvio pode ter sido causado por uma inundação significativa, que redirecionou a água para uma nova rede de drenagem. Atualmente, o rio Arun é um dos principais afluentes do rio Kosi.
Com o aumento do fluxo de água no Arun, as taxas de erosão aumentaram, o que, segundo os pesquisadores, contribui para a elevação do Everest. A erosão empurra a terra para baixo, permitindo que o solo sob a montanha se recupere e se eleve. O processo de rebote isostático é resultado da remoção de bilhões de toneladas de sedimentos ao longo do tempo.
Contudo, a pesquisa não é unânime. O geólogo Mike Searle, que não participou do estudo, expressou ceticismo sobre as conclusões, afirmando que a modelagem se baseia em suposições. Fox, por sua vez, defendeu que a equipe considerou outros fatores que poderiam influenciar a elevação da montanha e reafirmou a importância da captura do rio.