Covid-19 e doenças cerebrais: Novo estudo constata a progressão de doenças preexistentes

Um recente estudo científico divulgado na Índia e na Espanha revela um dos possíveis efeitos secundários alarmantes da Covid-19: a aceleração de doenças cerebrais preexistentes. Os resultados inovadores, disponíveis no repositório PubMed, trazem à luz um novo ângulo no entendimento das consequências de longo prazo do coronavírus.

A interseção entre Covid-19 e doenças cerebrais preexistentes

A pesquisa focou em 14 pacientes diagnosticados com demências, como Alzheimer, doença cerebrovascular, degeneração frontotemporal e Parkinson, que contraíram a Covid-19. Após um ano da infecção, os pesquisadores notaram uma aceleração dessas doenças cerebrais, apontando para um possível efeito colateral do vírus.

Além da demência preexistente e da infecção pelo coronavírus, o longo período de isolamento social vivenciado durante a pandemia também é considerado um fator contribuinte.

O professor Orestes Forlenza, do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, com especialização em Psiquiatria Geriátrica pela Universidade de Londres, enfatiza a necessidade de perceber a Covid-19 não apenas como uma doença pulmonar, mas sistêmica. Ele destaca que “o vírus não afeta apenas os pulmões, mas todo o corpo, até o cérebro humano”.

As consequências prolongadas da Covid-19 no cérebro

A aceleração das condições cerebrais após a infecção por Covid-19 pode ou não ser reversível, dependendo do caso individual. É uma realidade sombria que apenas reforça a necessidade de estudos aprofundados e conscientização das repercussões de longo prazo do vírus.

Forlenza aponta que as consequências tardias da Covid-19 precisam ser mais exploradas e divulgadas. Ele menciona que até 50% das pessoas infectadas podem apresentar queixas cognitivas persistentes de várias naturezas. Estes podem ser sintomas tanto neurológicos quanto psiquiátricos, incluindo sintomas depressivos e ansiosos.

Enquanto continuamos a navegar nas águas incertas da pandemia, fica claro que a Covid-19 não é apenas uma crise de saúde imediata. Este novo estudo adiciona à crescente lista de evidências sugerindo que o impacto do vírus no corpo humano pode ser vasto e duradouro.

Os pesquisadores continuam a descobrir mais sobre as complicações tardias da Covid-19. No entanto, o que é claro é a necessidade urgente de medidas preventivas eficazes e a conscientização sobre os efeitos da Covid-19, não apenas no sistema respiratório, mas também na saúde cerebral a longo prazo.