A recente euforia em torno da inteligência artificial tem deixado investidores e executivos em alerta. Em entrevista à CNBC, Nick Clegg — ex-vice-primeiro-ministro do Reino Unido e ex-presidente de assuntos globais da Meta — afirmou que a probabilidade de uma correção no mercado de IA é alta.
O que ele apontou
Segundo Clegg, o entusiasmo vem inflando preços e atraindo capital numa velocidade incomum. Negociações estão acontecendo muito rápido, o que, na avaliação dele, lembra episódios clássicos de bolha financeira.
Ele também chamou atenção para os gastos massivos das grandes empresas de tecnologia. Empresas como Microsoft, Amazon e Google vêm comprometendo centenas de bilhões na compra de servidores e na construção de data centers. Esses investimentos bilionários serão recuperáveis no longo prazo? Ou os modelos de negócio vão se provar insustentáveis?
Sobre a ideia de uma superinteligência iminente, Clegg mostrou ceticismo. Ele afirmou que muita confiança nas capacidades futuras de sistemas probabilísticos não tem base sólida. Em outras palavras: a tecnologia pode avançar e causar impacto real, mas a adoção social e econômica provavelmente será mais lenta do que muitos no Vale do Silício esperam.
Clegg lembrou que empresas como Meta, Amazon e Google sobreviveram à bolha das pontocom. Períodos de retração tendem a privilegiar companhias mais resilientes e forçam maior eficiência na gestão.
O posicionamento dele coincide com manifestações recentes de outros líderes do setor: há sinais de uma bolha industrial em torno da IA, ao mesmo tempo em que se reconhece o potencial transformador da tecnologia. Em resumo: é hora de cautela, não de pânico — e de observar quem emerge mais sólido quando a poeira baixar.