Pesquisadores da Universidade Tufts, em Massachusetts, criaram uma ferramenta chamada CogLinks que permite ver, de forma inédita, como o cérebro transforma informação em ação. O trabalho foi publicado na Nature Communications.
O que é o CogLinks
O sistema reproduz a arquitetura e as conexões entre neurônios, e — diferente da inteligência artificial tradicional — deixa visível o próprio processo de aprendizado. É como observar os “cabos” do circuito cerebral sendo reorganizados enquanto uma decisão é tomada.
Como testaram
Para validar o modelo, os pesquisadores fizeram exames de imagem cerebral (fMRI) em voluntários, em parceria com a Universidade Ruhr de Bochum, na Alemanha. Durante o exame, as pessoas brincavam de realizar uma tarefa cujas regras mudavam de forma inesperada, forçando ajustes rápidos de estratégia.
As imagens mostraram que o tálamo mediodorsal ajuda o cérebro a perceber quando o contexto mudou — sinal importante para que a pessoa atualize informações e mude de postura diante do novo cenário.
Por que isso importa
Os cientistas dizem que o CogLinks pode virar uma ferramenta para mapear as causas biológicas de transtornos mentais. Em especial, pode ajudar a investigar como mutações ligadas à esquizofrenia alteram circuitos cerebrais e prejudicam a flexibilidade do pensamento.
“Se entendermos como o cérebro se desvia, podemos aprender a realinhá-lo”.
Os autores propõem usar o CogLinks em estudos futuros para explorar essas mutações e orientar o desenvolvimento de terapias mais precisas para doenças mentais.