O tabagismo é mundialmente reconhecido como uma das principais causas de morte evitáveis, sendo responsável por mais de 8 milhões de óbitos ao redor do globo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). No cenário nacional, essa cifra é assustadoramente traduzida em 443 mortes diárias. A medicina, há tempos, vem alertando sobre os efeitos devastadores do fumo. Recentemente, um novo estudo, publicado em uma prestigiada revista – Nature Communications, lança luz sobre os impactos do tabagismo precoce no cérebro.
Efeitos do tabagismo na massa cinzenta
Pesquisadores, em uma colaboração internacional envolvendo nações como Reino Unido, Alemanha, França e Irlanda, empreenderam esforços para compreender os efeitos do tabagismo na adolescência. Utilizando exames de ressonância magnética cerebral, os cientistas examinaram a massa cinzenta de mais de 800 indivíduos que iniciaram o hábito de fumar em diferentes fases da vida.
Os dados coletados apresentaram resultados alarmantes. Aqueles que acenderam o primeiro cigarro aos 14 anos mostraram uma redução significativa da massa cinzenta no córtex pré-frontal ventromedial esquerdo – uma área cerebral fundamental para o autocontrole, regulação emocional e tomada de decisão. A situação não melhorou para quem começou a fumar aos 19 anos; nesse grupo, observou-se comprometimento na região oposta do cérebro, associada ao prazer.
Dr.ª Barbara Sahakian, renomada psiquiatra de Cambridge, comenta: “A dopamina, química cerebral associada ao prazer, desempenha um papel crucial no córtex pré-frontal ventromedial. Ela não apenas está ligada à sensação de recompensa, mas também ao autocontrole.”
Revelações cruciais do estudo
A pesquisa trouxe à tona um aspecto intrigante. Foi observado que indivíduos com predisposição a buscar sensações e novidades tinham menos massa cinzenta em áreas específicas do cérebro. Essa condição os torna mais propensos a assumir riscos, o que pode explicar a inclinação ao tabagismo na adolescência.
A bioinformática Tianye Jia, da Universidade Fudan, enfatiza: “A perda excessiva de massa cinzenta pode elucidar como o vício em tabaco se manifesta e evolui entre os jovens.”
Finalmente, o estudo sugere uma abordagem preventiva, apostando em recompensas alternativas não medicamentosas nos primeiros estágios do consumo de tabaco para frear a transição para a dependência.
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