O Brasil, infelizmente, consolidou sua posição como um dos principais alvos de cibercriminosos. Nos primeiros seis meses de 2025, nosso país figurou como o segundo mais visado globalmente em detecções de malware, segundo o relatório Acronis Cyberthreats Report H1 2025. Esse cenário de ameaça digital crescente impacta diretamente todos os cantos do país, e a Bahia não é exceção, onde a proteção de seus cidadãos, empresas e órgãos públicos se tornou uma prioridade máxima.
Os dados do estudo, que foi elaborado pela Acronis Threat Research Unit (TRU), acendem um alerta: em maio de 2025, cerca de 11% dos usuários brasileiros registraram pelo menos uma detecção de malware. É como se mais de um em cada dez usuários tivessem sido alvo de uma ameaça digital em apenas um mês! Além disso, o Brasil está na mira de grupos de ransomware notórios, como LockBit, Play e 8Base. Esses criminosos exploram vulnerabilidades conhecidas em sistemas e lançam campanhas de phishing astutas para invadir e comprometer organizações em diversos setores da economia, inclusive aqueles que impulsionam a Bahia.
A Inteligência Artificial no Jogo do Cibercrime
O que torna tudo ainda mais complexo é a sofisticação crescente desses ataques, impulsionada pela inteligência artificial (IA). A IA está sendo usada para criar e-mails de phishing que parecem hiper-realistas, deepfakes convincentes para fraudes financeiras e até mesmo malwares que agem de forma autônoma. Entre os malwares mais ativos no Brasil, o Astaroth se destacou, mirando setores estratégicos como a manufatura (responsável por 27% dos ataques) e a tecnologia da informação (com 18%). Curiosamente, essas são áreas econômicas de grande relevância também para o estado da Bahia, tornando-o um alvo ainda mais vulnerável.
Mas como esses criminosos conseguem entrar? Os principais pontos de entrada, identificados pela Acronis, são variados: desde o bom e velho phishing (aqueles e-mails ou mensagens falsas tentando te enganar) e o spear-phishing (ataques mais direcionados e personalizados) até a engenharia social, praticada em aplicativos de colaboração que usamos diariamente, como Microsoft Teams e Slack. Eles também exploram falhas já conhecidas em sistemas corporativos e usam malwares específicos para cada setor, montando um verdadeiro arsenal de estratégias.
“O uso de engenharia social combinado a tecnologias como IA e spoofing amplia o impacto das ameaças digitais”, afirmou Regis Paravisi, Country Manager da Acronis no Brasil, reforçando a complexidade do cenário e a necessidade de estarmos sempre um passo à frente.
Proteger a Bahia: Um Imperativo Digital
Diante da profissionalização e do crescimento sem freios do cibercrime, investir em proteção digital não é mais um luxo, mas uma necessidade urgente. Para os indivíduos e empresas baianas, e também para os órgãos públicos do estado, a adoção de medidas fundamentais é inegociável. Isso inclui a autenticação multifator (aquele “segundo passo” de segurança), o monitoramento constante de suas redes e a implementação de soluções avançadas de defesa contra malware. Esses são os pilares essenciais para garantir a segurança de suas informações e operações, mantendo o estado resiliente diante das ameaças.
A contínua sofisticação e o impacto global das ameaças cibernéticas exigem que o Brasil — e, por extensão, a querida Bahia — fortaleça incessantemente suas defesas digitais. Somente assim poderemos enfrentar os desafios impostos por este ambiente de risco que está em constante evolução e proteger o futuro digital de todos.