A China divulgou as primeiras imagens captadas pelo satélite meteorológico FY-3H, apresentadas durante a 15ª Conferência de Usuários de Satélites Meteorológicos da Ásia-Oceania (AOMSUC-15) e na Conferência de Usuários dos Satélites Fengyun (2025 FYSUC), em Qingdao, na província de Shandong. As imagens chegam enquanto o satélite inicia sua fase operacional, após lançamento recente.
No evento, que reuniu especialistas de mais de 50 países, a equipe informou que seis dos nove instrumentos já foram ativados e estão em testes em órbita. As primeiras imagens vão de campos de gelo na Antártida até a formação de sistemas atmosféricos complexos no Hemisfério Norte.
O FY-3H combina sensores ópticos, instrumentos de micro-ondas e equipamentos que criam uma espécie de tomografia da atmosfera, permitindo ver a estrutura tridimensional de fenômenos como tufões e frentes frias. Em 12 de outubro, por exemplo, os sensores de Temperatura e Umidade por Micro-ondas registraram um vórtice polar no Ártico.
“Os dados fortaleceram significativamente as capacidades de alerta precoce e monitoramento do clima, especialmente na região da Ásia-Oceania e além”, disse Natalia Donohoe, chefe da Divisão de Sistemas Espaciais e Utilização da Organização Meteorológica Mundial.
O que o FY-3H pode fazer
Mas afinal, por que isso importa?
- Observação global diária em alta resolução, útil para acompanhar mudanças rápidas.
- Monitoramento de gases de efeito estufa, auroras e sinais de mudanças climáticas.
- Fornecimento de dados para prever eventos extremos, como tufões e ondas de frio.
- Cobertura frequente das regiões polares — cerca de 14 passagens diárias sobre Ártico e Antártida — essencial para monitorar o derretimento das calotas de gelo.
O sensor MERSI-III forneceu imagens em cores naturais da Antártida que mostram com precisão gelo, neve e cobertura de nuvens, conforme divulgado pelo National Satellite Meteorological Centre da CMA.
A Administração Meteorológica da China (CMA) informou que os instrumentos identificaram temperatura, umidade, nuvens, composição atmosférica e variações no campo eletromagnético relacionadas ao clima espacial — dados considerados estratégicos para proteger satélites, telecomunicações e redes elétricas.
Para o vice-administrador Zhang Zuqiang, a conferência foi aproveitada para avançar a iniciativa Early Warnings for All das Nações Unidas e contribuir para o fortalecimento da resiliência diante de desastres climáticos.
Autoridades e especialistas destacam que, ao unir alta tecnologia, compartilhamento de dados e cooperação internacional, o FY-3H passou a integrar esforços voltados à prevenção de desastres e ao aperfeiçoamento do monitoramento das mudanças do clima.

