A morte da cantora e apresentadora Preta Gil, aos 50 anos, vítima de câncer colorretal, gerou grande comoção no Brasil e reacendeu o debate sobre o avanço desse tipo de tumor entre pessoas mais jovens. Diagnosticada em janeiro de 2023, Preta enfrentou uma longa batalha contra a doença, passando por cirurgias, quimioterapia e tratamentos experimentais nos Estados Unidos, sempre compartilhando sua luta e conscientizando o público sobre a importância do diagnóstico precoce.
A trajetória de Preta Gil foi marcada por coragem e transparência. Após o diagnóstico, ela passou por uma cirurgia para remoção do tumor e chegou a anunciar, em suas redes sociais, que estava livre de células cancerígenas. No entanto, em 2024, a doença retornou de forma agressiva, com metástases em diferentes regiões do corpo. Mesmo diante das dificuldades, Preta seguiu buscando alternativas de tratamento e manteve o otimismo, tornando-se referência de força para milhares de pacientes oncológicos.
A repercussão de sua morte foi imediata. Personalidades da música, da política e fãs de todo o país prestaram homenagens, destacando o legado de Preta Gil na luta contra o câncer e na defesa da saúde mental dos pacientes. O presidente Lula, governadores e artistas ressaltaram a importância de sua trajetória e o impacto de sua voz na conscientização sobre a doença.
O caso de Preta Gil chama atenção para um fenômeno global: o aumento dos casos de câncer colorretal em pessoas com menos de 50 anos. Segundo especialistas, fatores como alimentação rica em ultraprocessados, sedentarismo, obesidade e até o uso indiscriminado de antibióticos podem estar relacionados ao crescimento da doença nessa faixa etária. Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) mostram que, no Brasil, a incidência desse tipo de tumor entre jovens subiu de 5 para 6 casos por 100 mil habitantes entre 2000 e 2017, um aumento considerado estatisticamente significativo.
Nos Estados Unidos, a preocupação levou à redução da idade mínima para exames preventivos de 50 para 45 anos. No Brasil, ainda não há um programa nacional de rastreamento, mas o tema está em debate entre autoridades de saúde. Os principais exames para detecção precoce são o teste de sangue oculto nas fezes e a colonoscopia, que podem identificar lesões antes que evoluam para câncer.
Os sintomas do câncer colorretal incluem sangue nas fezes, alterações no ritmo intestinal e cólicas abdominais. Especialistas alertam para a importância de não ignorar esses sinais, independentemente da idade. Quando diagnosticado precocemente, as chances de cura ultrapassam 95%. Avanços em cirurgias e medicamentos também têm aumentado a sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes.