Uma disputa entre duas empresas sobre uma palavra comum marcou o fim de outubro nos Estados Unidos. No dia 28 de outubro, a startup norte-americana Cameo entrou com uma ação contra a OpenAI no Tribunal Federal da Califórnia.
O que a Cameo alega
A empresa diz que a OpenAI violou sua marca registrada e praticou concorrência desleal ao usar o termo “cameo” em um recurso do Sora 2, o app de vídeos gerados por inteligência artificial da criadora do ChatGPT. Segundo a Cameo, o nome poderia tirar proveito da reputação construída desde 2017 e confundir consumidores, associando a marca a conteúdos “falsos, apressados e de baixa qualidade produzidos por IA”.
O processo descreve o recurso do Sora como uma ferramenta que permite criar avatares digitais — tanto de usuários quanto de celebridades — para uso em vídeos. A ação afirma que figuras como Jake Paul e Mark Cuban autorizaram o uso de suas imagens, o que, na visão da Cameo, aumenta o risco de confusão com seu serviço, cujo foco são vídeos personalizados de figuras públicas.
Confusão entre usuários e risco de diluição
A Cameo cita exemplos concretos: mensagens ao seu suporte que eram, na verdade, destinadas ao app da OpenAI; publicações em redes sociais marcando equivocadamente o perfil oficial da startup; e o surgimento de sites de terceiros como SoraCameos.app e CameoSora.com depois do lançamento do recurso. Para a empresa, são sinais de diluição da marca.
“Não tomamos litígios de forma leviana. Tentamos resolver a questão com a OpenAI de maneira amigável, mas eles se recusaram a parar de usar o nome Cameo em seu novo recurso do Sora”, disse Steven Galanis, CEO da Cameo, ao The Verge.
Resposta da OpenAI e próximos passos
A OpenAI afirmou que estava analisando a ação e disse discordar da ideia de que alguém poderia ter exclusividade sobre a palavra. Em nota à Reuters, a empresa declarou que ninguém pode reivindicar propriedade exclusiva de uma palavra de uso comum.
A Cameo pediu indenização em valor não especificado e solicitou ao tribunal que proibisse a OpenAI de usar o termo “cameo” em qualquer produto ou serviço. O caso segue tramitando no Tribunal Federal da Califórnia, que decidirá os próximos passos, incluindo possíveis petições e audiências.

