Um buraco negro localizado no centro da galáxia J1120+0641 tem intrigado os cientistas devido ao seu crescimento rápido e ao seu tamanho colossal, equivalente a um bilhão de vezes a massa do Sol. A galáxia e seu buraco negro supermassivo são conhecidos há mais de uma década, mas recentes observações feitas pelo telescópio espacial James Webb (JWST) trouxeram novas luzes sobre o fenômeno, descartando teorias anteriores e deixando a comunidade científica em busca de novas explicações.
Em janeiro de 2023, uma equipe de astrônomos liderada por Sarah Bosman, do Instituto Max Planck de Astronomia, na Alemanha, utilizou o JWST para analisar a luz ao redor do buraco negro. A pesquisa, publicada na revista Nature Astronomy, revelou que o buraco negro se alimenta de maneira usual, sem taxas de acreção incomuns quando comparadas a outras galáxias quasar mais recentes. Esse comportamento foi descrito como “surpreendentemente normal” pela equipe de Bosman.
Galáxias quasar são conhecidas por seus buracos negros supermassivos que consomem grandes quantidades de matéria, cercadas por nuvens de gás e poeira que brilham intensamente devido ao atrito e à gravidade. A nova evidência sugere que a taxa de alimentação do buraco negro em J1120+0641 não é extraordinária, o que desafia a hipótese de acreção super-Eddington – um processo onde buracos negros ultrapassam seu limite de Eddington, devorando matéria rapidamente antes que a pressão da radiação os impeça.
Essa descoberta elimina uma das explicações possíveis para o rápido crescimento do buraco negro de J1120+0641 e deixa os cientistas buscando novas teorias para entender como ele se tornou tão massivo em um período relativamente curto de tempo cósmico.
