O CEO da Intel, Pat Gelsinger, compartilhou que o presidente Joe Biden está em uma missão para fazer com que as novas fábricas de chips, apoiadas por investimentos governamentais, sejam inauguradas mais rapidamente do que o planejado. Esta pressa tem um pano de fundo de preocupações com atrasos e custos elevados, em um momento crucial para revigorar a indústria de tecnologia dos EUA.
Durante um evento do The Washington Post, Gelsinger revelou que Biden deseja resultados maiores e em um prazo mais curto. Além disso, a secretária de Comércio, Gina Raimondo, colocou sob ele metas de vendas específicas. Esta movimentação faz parte de um grande esforço que ele descreveu como a maior ação de política industrial desde a Segunda Guerra Mundial, apontando para a essencialidade destas medidas caso os EUA queiram competir globalmente.
A fábrica de Ohio da Intel, específica para a produção, está sob os holofotes. Gelsinger mencionou que, apesar dos relatórios sugerirem um atraso, com a previsão inicial de operação movendo de 2025 para 2027 ou mais tarde, as coisas estão “dentro do intervalo”. Ele também expressou um interesse particular na produção de chips de inteligência artificial (IA) em colaboração com a OpenAI, indicando discussões com Sam Altman, CEO da OpenAI, sobre o futuro potencial dessa parceria em Ohio.
A OpenAI, por sua vez, representada por Anna Makanju em um discurso, está analisando vários parceiros de investimento para a fabricação de chips. A conexão com o governo dos EUA foi destacada como uma constante nessas conversas. Makanju chamou atenção para um possível cenário onde, apesar dos investimentos de Biden, a demanda global por chips, impulsionada pelos sistemas de IA, poderia superar a oferta.
No mesmo encontro, Stefanie Tompkins da DARPA (Agência de Projetos de Investigação Avançada de Defesa do Pentágono) falou sobre a necessidade de investimentos tecnológicos liderados pelo governo em áreas de incerteza de retorno financeiro para o setor privado. Ela reforça a visão de que a liderança e os incentivos do governo são cruciais.
Gelsinger concorda, argumentando que o cenário atual dos EUA não favorece investimentos de longo prazo. “Estamos em ciclos de lucro trimestrais… se você for medido apenas em relógio de 90 dias, é isso que você obtém”, destacou, enfatizando a importância de mudar essa mentalidade.