Que notícia boa para a Bahia! O estado acaba de subir para o terceiro lugar no ranking nacional dos que mais têm cavernas registradas. Tudo isso graças a 234 novas cavidades descobertas e cadastradas entre 2023 e 2024. Esse avanço reforça o quanto a Bahia é importante para a espeleologia e para cuidar do nosso patrimônio natural subterrâneo no Brasil.
Esse crescimento na Bahia acompanha um movimento maior pelo país. No Brasil, foram 2.668 novas cavernas registradas neste mesmo período, um aumento de mais de 11% comparado a 2022.
Quem lidera esse registro de novas cavidades? Minas Gerais, com 1.882, seguido pelo Pará, com 459. A Bahia, com suas 234, se consolida no pódio. Esses números interessantes foram falados no Anuário Estatístico do Patrimônio Espeleológico Brasileiro 2023 – 2024, divulgado na última quarta-feira.
O cenário nacional das cavidades
Ao todo, a Bahia já conta com 2.017 cavernas conhecidas. Isso equivale a 7,74% de todas as cavidades naturais do país. O estado fica atrás apenas de Minas Gerais, que tem muito mais, com 12.911 cavernas, ou quase 50% do total nacional. O Pará aparece depois, com 3.224 cavidades, representando 12,38%.
Completam o top 5 o Rio Grande do Norte, com 1.373 cavernas, e Goiás, com 1.136. Juntos, esses cinco estados concentram nada menos que 80% de todas as cavernas conhecidas no Brasil. Uma concentração e tanto, não é?
O Rio São Francisco e as cavernas baianas
Onde grande parte das cavernas baianas está localizada? Em municípios que fazem parte da bacia hidrográfica do Rio São Francisco. Essa é uma das regiões que mais concentram cavidades naturais no país.
O São Francisco, que passa por várias cidades baianas, é a única bacia entre as três mais cavernosas a cortar o estado. Sozinha, essa bacia abriga 11.373 cavernas no Brasil, o equivalente a 32,5% do total nacional.
Quando cruzamos os dados das cavernas com as regiões de rios, o estudo fala que as bacias do Rio São Francisco, Tocantins e Atlântico Sudeste juntas guardam a maioria das cavernas registradas, 76,78% delas. Em contraste, as regiões do Uruguai e Atlântico Sul mostram os menores números, com apenas 1,5% do total.
A importância dos biomas
O levantamento também fala que o bioma Cerrado é o lar da maioria das cavernas no Brasil, com 12.008 registros, quase metade do total conhecido, 46,10%. Isso mostra a importância de proteger esse bioma, que infelizmente enfrenta ameaças de mineração, agronegócio e desmatamento.
Já os biomas Pampa e Pantanal concentram bem menos cavernas conhecidas, com apenas 38 e 12 registros, respectivamente.