Nosso corpo é o lar de uma quantidade enorme de bactérias, e isso é algo bom! Elas trabalham nos bastidores para manter tudo funcionando direitinho, trazendo muitos benefícios para a nossa saúde no dia a dia. Na nossa pele, essa relação se repete: esses pequenos seres se alimentam e criam moléculas que interagem com nossas células, mas parece que essa parceria é ainda mais incrível do que pensávamos.
Um escudo natural contra o sol?
Imagine só: uma nova pesquisa aponta que algumas bactérias que vivem na superfície da pele podem funcionar como um protetor solar natural. Elas parecem ajudar a nos proteger dos raios ultravioleta (UV) prejudiciais do sol. Como? Esses micróbios conseguem neutralizar certas reações do nosso sistema imunológico, reforçando as defesas naturais da pele contra os danos solares. Essas descobertas abrem portas para o desenvolvimento de novos tratamentos que não só defendam a pele dos raios UV, mas também ajudem a reparar os estragos já feitos. O estudo foi publicado recentemente no renomado Journal of Investigative Dermatology.
O que o experimento mostrou
Para entender melhor, os cientistas focaram em como as bactérias da pele reagem à radiação UVB, aquela que causa as temidas queimaduras solares. Eles montaram um experimento que simulou a exposição ao sol usando camundongos. Durante a pesquisa, eles também aplicaram ácido cis-urocânico. Essa substância surge na camada externa da pele quando a luz UV interage com moléculas locais e pode enfraquecer as respostas imunológicas, levando à inflamação e aumentando o risco de câncer de pele. Foi aí que veio a grande sacada: os pesquisadores descobriram que certas bactérias, quando pegam um pouco de sol (ou melhor, são expostas à luz ultravioleta no experimento), produzem uma enzima chamada urocanase. Essa enzima tem a capacidade de quebrar as moléculas de ácido cis-urocânico, transformando-as em algo inofensivo e, assim, aumentando a proteção da pele contra os efeitos negativos do sol.