Um estudo publicado na revista Nature Communications analisou dados cerebrais de mais de 1.400 pessoas em 13 países e trouxe uma mensagem animadora: praticar atividades criativas está associado a um envelhecimento cerebral mais lento.
O que os pesquisadores fizeram
Os cientistas usaram modelos computacionais conhecidos como brain clocks para comparar a idade biológica do cérebro com a idade cronológica. Assim, foi possível ver quem tinha um “cérebro mais jovem” do que a idade esperada e quem seguia o padrão típico de envelhecimento.
Houve diferenças claras entre os grupos. Pessoas que praticavam atividades criativas com frequência apresentaram cérebros mais jovens e conexões neurais mais eficientes. Quem não tinha esse hábito mostrou o padrão esperado de envelhecimento. Já quem havia começado recentemente apareceu com ganhos intermediários — nem lá, nem cá, mas no caminho certo.
Que atividades foram consideradas
Entre as práticas avaliadas estavam:
- dançar
- jogar videogame
Um destaque curioso: dançarinos de tango tiveram cérebros que pareciam até sete anos mais jovens do que a idade cronológica. Os autores sugerem que a combinação de movimento, coordenação, música e improviso ativa muitas regiões do cérebro ao mesmo tempo — uma espécie de treino completo.
Outra boa notícia: benefícios mensuráveis apareceram mesmo entre pessoas que começaram práticas criativas depois dos 50 ou 60 anos. Ou seja, nunca é tarde para ganhar alguma recuperação ou desacelerar o declínio cognitivo.
Os autores defendem que, no futuro, a criatividade pode vir a ser prescrita como ferramenta de prevenção para doenças cerebrais — colocar a prática criativa como alvo de intervenções para um envelhecimento mais saudável.
Quer um conselho prático? Não precisa se tornar artista profissional: caminhar para uma aula de dança, tocar uma música ou rabiscar um desenho já é um bom começo. Afinal, por que não tratar o cérebro com a mesma atenção que damos ao corpo?