Pesquisadores trouxeram uma novidade do fundo do mar. Aqueles enormes crustáceos, chamados Alicella gigantea, que pareciam ser difíceis de encontrar, na verdade estão em mais da metade dos oceanos do nosso planeta! Um estudo que analisou centenas de gravações contou essa história.
Pense em um animal grande: o A. gigantea pode chegar a 34 centímetros, o maior anfípode do mundo. Desde 1899, quando foi descrito pela primeira vez, já se sabia que ele vivia em águas bem profundas, entre 3.890 e 8931 metros, até naquela área super hostil conhecida como Zona Hadal, lá embaixo.
Mas o que são anfípodes? Eles são um tipo de crustáceo que não tem aquela casca dura. Se parecem um pouco com camarões e funcionam como verdadeiros “faxineiros” do oceano, ajudando a limpar o ambiente ao reciclar coisas mortas, como microrganismos e restos de animais maiores em decomposição. Que papel importante, não é?
Não tão “raro” assim
Antes, por causa da baixa densidade, parecia que encontrar um desses era uma raridade. Por isso, faltavam dados sobre quantos eram, como variavam e como viviam em grupo. Havia pouquíssimos estudos com informações genéticas deles.
Agora, um artigo inédito feito por cientistas da Austrália mudou tudo. Eles juntaram quase 200 gravações do A. gigantea de 75 lugares diferentes pelo mundo, desde os registros antigos até os mais recentes.
Eles chegaram à conclusão: esse animal ocupa cerca de 59% de toda a área coberta pelos oceanos na Terra! Mesmo com essa distribuição gigantesca, a análise de DNA mostrou que todos são da mesma espécie, geneticamente idênticos. Isso fala muito sobre a adaptabilidade deles.
Os autores do estudo contaram que essa descoberta confirma que o anfípode supergigante não é raro, mas sim uma espécie única e espalhada pelo planeta, com uma presença enorme nas profundezas do mar.