A crescente expansão das áreas urbanas no Brasil e no mundo tem levado diversas espécies da fauna silvestre a modificar seus hábitos e buscar novos lares. A destruição de ecossistemas naturais e a busca por recursos essenciais impulsionam animais para dentro dos centros urbanos, onde encontram abrigo, alimento e condições para sobreviver.
Nessas novas realidades, as cidades transformam-se em um ecossistema alternativo, com a presença de lixo, restos de comida e estruturas que servem de moradia. Seis espécies em particular demonstram uma notável capacidade de reinvenção para prosperar neste cenário.
Pombos e roedores em destaque
Considerados um dos animais mais comuns em cidades globalmente, os pombos, originários de falésias e regiões rochosas, adaptaram-se perfeitamente às construções humanas. Prédios, viadutos e pontes servem como locais de nidificação, enquanto resíduos e sobras de alimentos garantem sua alimentação constante. Embora vistos como pragas, esses pássaros contribuem para a dispersão de sementes e são alimento para predadores urbanos, como falcões.
Os ratos, outro exemplo clássico da fauna urbana, são reconhecidos por sua versatilidade. Espécies onívoras, conseguem se alimentar de praticamente tudo, encontrando abrigo em esgotos, redes de metrô e depósitos de lixo. Apesar dos riscos de transmissão de doenças e do controle constante, os ratos também desempenham um papel na cadeia alimentar local.
Da América do Norte ao Brasil
Comuns em cidades dos Estados Unidos e Canadá, os guaxinins destacam-se por sua agilidade e inteligência. Possuindo mãos hábeis, são capazes de manipular objetos e acessar lixeiras, garagens e janelas em busca de comida. Eles vivem em telhados, porões e sótãos, aproveitando a proximidade com ambientes humanos.
No contexto brasileiro, as capivaras têm se adaptado a parques, praças e áreas verdes urbanas, especialmente em regiões com rios e lagos. É possível avistá-las pastando em gramados de avenidas em cidades como São Paulo e Brasília. Contudo, sua presença em centros urbanos acende um alerta para riscos como acidentes de trânsito e a transmissão de doenças como a febre maculosa.
Adaptações surpreendentes
Embora menos frequentes, as preguiças também são encontradas em algumas áreas urbanas brasileiras que fazem fronteira com florestas. Elas buscam refúgio em copas de árvores em parques e quintais, onde se alimentam de folhas. Sua natureza discreta e movimentos lentos contribuem para que muitas vezes passem despercebidas, reforçando a importância da manutenção de áreas verdes nas cidades.
Em países tropicais como o Brasil, os escorpiões estão entre as espécies que mais se beneficiaram da urbanização desordenada. O Tityus serrulatus, conhecido como escorpião-amarelo, encontra nas cidades um habitat ideal, com esgotos, terrenos baldios e pilhas de entulho oferecendo esconderijos. A abundância de insetos como baratas nas áreas urbanas serve como principal fonte de alimento. A proliferação desses aracnídeos nos centros urbanos intensificou os desafios para a saúde pública, com um aumento nos acidentes e picadas.