Um jornalista americano, Terrence McCoy, correspondente do The Washington Post no Brasil, surpreendeu-se com a qualidade e gratuidade do atendimento recebido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) após sofrer um acidente em Paraty, no Rio de Janeiro. Durante uma viagem em família, McCoy foi atingido na cabeça pela porta do porta-malas de seu carro, resultando em um ferimento com sangramento intenso. Ele foi levado de ambulância ao Hospital Municipal Hugo Miranda, onde passou por exames, recebeu pontos e medicação, tudo sem nenhum custo.
Detalhes do atendimento e comparação com os EUA
No hospital, McCoy realizou uma tomografia computadorizada, um raio-X e recebeu seis pontos na cabeça, além de medicamentos. O atendimento, que durou cerca de seis horas, foi completamente gratuito, algo que o jornalista considerou impensável nos Estados Unidos, onde um procedimento semelhante poderia custar mais de R$ 50 mil. “Não pediram seguro, nem CPF. Apenas me atenderam”, relatou McCoy em uma publicação no Instagram, destacando a eficiência e a humanização dos profissionais do SUS.
Minha passagem por um hospital público brasileiro acabou servindo como uma aula prática sobre um sistema de saúde fundamentalmente diferente.
Além disso, dias após o incidente, o filho de McCoy também precisou de atendimento no mesmo hospital devido a uma amigdalite. A criança foi avaliada por um pediatra, recebeu diagnóstico e prescrição de antibióticos e antitérmicos, novamente sem qualquer cobrança. O jornalista, que vive no Brasil há seis anos, comparou o SUS ao sistema de saúde americano, conhecido por seus altos custos e falta de cobertura universal. Nos EUA, mesmo pacientes com seguro enfrentam despesas significativas em emergências.
Contexto do SUS e sua relevância
O Sistema Único de Saúde, criado pela Constituição de 1988, garante atendimento gratuito a todos os cidadãos brasileiros e residentes estrangeiros. Em 2024, o SUS realizou mais de 2,8 bilhões de atendimentos, sendo a principal fonte de cuidados médicos para cerca de 70% da população brasileira. Apesar de suas conquistas, o sistema enfrenta desafios como subfinanciamento, longas filas para atendimentos especializados e greves de trabalhadores, conforme apontado por McCoy em sua matéria. Ainda assim, o jornalista destacou a importância do SUS como um modelo de saúde pública que não encontra equivalente nos Estados Unidos.
Repercussão nas redes sociais
O relato de McCoy, publicado nas redes sociais e no The Washington Post, gerou ampla repercussão. Internautas brasileiros elogiaram o SUS, mas também criticaram a desvalorização do sistema por parte da população local. “Nosso país é muito bom, mas brasileiros têm o costume de menosprezar o SUS”, escreveu um usuário. Outros apontaram os altos impostos como o custo indireto do sistema gratuito. A discussão reacendeu o debate sobre a importância da saúde pública universal e os desafios para sua manutenção.
Situação atual
A experiência de Terrence McCoy continua a circular nas redes sociais, destacando o SUS como um exemplo de acesso universal à saúde. O Ministério da Saúde não divulgou comentários específicos sobre o caso, mas reforça que o sistema segue sendo um pilar essencial para a população brasileira, com avanços como recordes em transplantes e programas de vacinação em massa.