A Alphabet, controladora do Google, divulgou os resultados do terceiro trimestre e passou, pela primeira vez, da marca de US$ 100 bilhões em receita: foram US$ 102,35 bilhões, acima da estimativa de US$ 99,89 bilhões. Após o fechamento da bolsa, as ações da companhia chegaram a subir até 6%.
Os números principais mostram robustez: o lucro por ação ficou em US$ 2,87 (era US$ 2,12 no mesmo período do ano anterior) e o lucro líquido atingiu US$ 34,97 bilhões — contra US$ 26,3 bilhões no trimestre anterior. Os custos de aquisição de tráfego (TAC) foram de US$ 14,87 bilhões, ligeiramente acima da previsão de US$ 14,82 bilhões.
Destaques
Em linhas gerais, a empresa manteve a força em publicidade e viu a nuvem crescer com velocidade — enquanto enfrenta pressões regulatórias e competição mais dura. Aqui estão os pontos-chave:
- Publicidade: receita total de anúncios de US$ 74,18 bilhões (ante US$ 65,85 bilhões no 3º tri. de 2024), com o YouTube faturando US$ 10,26 bilhões — acima da estimativa de US$ 10,01 bilhões.
- Google Cloud: faturamento de US$ 15,15 bilhões, alta de 34% em relação ao ano anterior e acima da expectativa de US$ 14,74 bilhões; backlog de US$ 155 bilhões, segundo o CEO Sundar Pichai.
- Busca: gerou US$ 56,56 bilhões, crescimento de 15% ano a ano.
- Other Bets: receita de US$ 344 milhões (abaixo dos US$ 388 milhões do ano anterior) e prejuízo de US$ 1,42 bilhão (ante US$ 1,11 bilhão em 2024).
Além disso, o trimestre foi afetado por uma multa antitruste da União Europeia de US$ 3,45 bilhões, que teve impacto parcial no resultado líquido.
A companhia também atualizou o plano de investimentos: os gastos de capital projetados para 2025 subiram e agora estão estimados entre US$ 91 bilhões e US$ 93 bilhões, voltados principalmente à expansão de data centers e à infraestrutura necessária para serviços de inteligência artificial.
O que tudo isso significa na prática? A demanda por publicidade digital continua forte, mas a Alphabet encara um cenário mais competitivo — concorrentes lançam novas ferramentas de IA e alternativas de anúncios. Isso tende a influenciar as decisões de anunciantes ao redor do mundo e também no Brasil, inclusive em cidades como Salvador, na Bahia, já que as plataformas envolvidas são amplamente usadas no país.
Em resumo: resultados sólidos e investimentos maiores em infraestrutura, acompanhados de desafios regulatórios e concorrenciais. Vale acompanhar os próximos trimestres para ver como essas frentes vão se equilibrar.

