A empresária Elizabeth Holmes, de 38 anos, fundadora da Theranos, foi condenada a 11 anos de prisão por fraude na Califórnia (EUA), após uma longa e intensa controvérsia. Em seu pico de prosperidade, foi comparada à “Steve Jobs” e a organização foi avaliada em até 9 bilhões de dólares americanos.
Durante o julgamento, os promotores argumentaram que Holmes deliberadamente enganou médicos e pacientes sobre a eficácia do teste Edison, principal produto da Theranos. A ideia era que as máquinas criadas pela ex-celebridade do Vale do Silício conseguissem identificar diversas enfermidades usando apenas algumas gotas de sangue, por uma fração do custo dos exames convencionais.
“Estou arrasada pelos meus erros. “Fiquei profundamente triste pelo que as pessoas passaram porque as decepcionei”, falou a empresária durante a audiência, na cidade de San Jose. A empresária chorou enquanto lia um texto diante do juiz Edward Dávila.
Kevin Downey, advogado de Holmes, argumentou que ela não cometeu “grandes crimes”, ao contrário de alguém movido pela ganância. A defesa pretende interpor um recurso contra a pena determinada e pedir que ela aguarde em liberdade até a análise dos recursos.
O juiz definiu Holmes como “brilhante” e a condenação é uma “história de advertência” para outros empresários do Vale do Silício. “Errar é humano, mas defraudar não está certo”, salientou o juiz.
A Theranos foi criada por Elizabeth Holmes em 2003, quando tinha 19 anos. A proposta despertou o interesse de investidores de peso, como a rede de drogarias Walgreens e os supermercados Safeway. A empresária alcançou a marca de um milhão de dólares aos 31 anos, em 2015.
A mesma publicação anual, The Wall Street Journal, divulgou uma série de investigações que revelaram inúmeras inconsistências na organização. A acusação à empresa foi de que ela teria manipulado as amostras dos pacientes, além de recorrer a laboratórios convencionais para fazer as análises e inflar os resultados para investidores. A Theranos terminou em setembro de 2018.
