Adriane Galisteu, 52 anos, estreou o documentário Meu Ayrton na HBO Max e deixou claro: quanto mais obras sobre Ayrton Senna, melhor. Na estreia, ela afirmou que a história é dela e disse ter sofrido com o apagamento de sua presença em versões anteriores dos fatos.
‘Quanto mais obras relacionadas à vida de Ayrton Senna, melhor’, declarou a apresentadora. ‘Essa história é minha, ela me pertence. Estava tudo bem resolvido, mas mexer (no passado) é triste. Achei que fosse ser muito mais fácil, mas tem coisas que mexem comigo e me tiram do prumo.’
O encontro e o começo do relacionamento
O primeiro episódio da série, intitulado Conto de fadas, reconstrói o momento em que Galisteu e Senna se conheceram. Na época, ela trabalhava como modelo nas pistas da Fórmula 1; contou que, no primeiro dia, o piloto pediu a amigos que a procurassem para conseguir seu telefone. Ela recusou inicialmente, mas acabou cedendo à insistência.
O encontro presencial aconteceu numa festa após uma vitória. Não houve beijo imediato, mas Senna houve insistência para se verem de novo. Depois da festa, ela relata que foi convidada a tomar suco no apartamento do piloto em um bairro nobre de São Paulo.
Lá, Galisteu perguntou sobre o fim do relacionamento midiático de Senna com Xuxa Meneghel. Segundo seu depoimento, Senna disse ter sido completamente apaixonado por Xuxa, mas que o namoro acabou por motivos profissionais e que ele preferiu não reabrir o assunto após ter sofrido por um ano. Ainda conforme Galisteu, se dependesse de Senna, eles já teriam ficado juntos naquele primeiro encontro.
O avanço do relacionamento, segundo ela, só veio dias depois, quando Senna insistiu para que ela fosse a Angra dos Reis. Nesse meio tempo, Galisteu recebeu uma ligação da mãe: roupas do irmão haviam sido jogadas na rua, na Lapa, e houve confusão familiar. Ela conta que Senna garantiu que resolveria a situação, enquanto ela se via em dúvida sobre como agir.
Memórias paralelas e o contexto da época
Em paralelo, o documentário Sullivan e Massadas: retratos e canções, do Globoplay, trouxe lembranças de Xuxa Meneghel sobre a última conversa que teve com Senna, ocorrida dois dias antes da morte do piloto, em 1º de maio de 1994. Xuxa relatou que estava no estúdio da gravadora Som Livre gravando um disco quando soube, por revista, que Senna havia mandado um recado.
Segundo o relato, a empresária Marlene Mattos teria dito a Xuxa que ela deveria procurá‑lo para que se casassem, e Xuxa afirmou que iria atrás dele na segunda-feira seguinte. O compositor Michael Sullivan lembrou que, na última noite, Xuxa ligou para Senna e perguntou: ‘Por que você vai para essa corrida? Não tem necessidade’.
No domingo, 1º de maio de 1994, Ayrton Senna morreu ao bater o carro em uma barreira de concreto durante o Grande Prêmio de San Marino, em Imola, na Itália. Xuxa contou que a equipe gravou até as 3h da manhã e que foi acordada por ligações que deram a notícia do acidente.
O documentário de Galisteu estreou na HBO Max com a proposta, no primeiro episódio, de reconstituir o início do relacionamento entre a apresentadora e o piloto, reunindo relatos pessoais e documentos visuais pela versão que ela considera de sua responsabilidade.
Ao final, a mensagem de Galisteu ficou clara: eternizar a memória de Senna importa — e, para ela, contar sua parte dessa história também.

