O Ministério Público Federal abriu uma apuração preliminar sobre suspeitas de enriquecimento ilícito que envolvem o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos–Paraíba), e servidores do seu gabinete no Distrito Federal.
O que se sabe
Tudo começou após uma representação do ex-deputado e ex-procurador da República Deltan Dallagnol, que anexou reportagens do Metrópoles ao pedido. A investigação, por ora na fase de levantamento de informações, busca esclarecer indícios de dano ao erário e possíveis desvios decorrentes de pagamentos irregulares apontados em matérias jornalísticas como supostas “rachadinhas”.
Relatos da Folha de S. Paulo também citaram que uma chefe de departamento do gabinete, Ivanadja Velloso, teria procurações para movimentar contas-correntes de vários funcionários. Em outra reportagem, publicada em julho, a mesma folha apontou a existência de três servidoras que teriam sido tratadas como funcionárias‑fantasma.
Em outubro, a Procuradoria da República no Distrito Federal consultou o Tribunal de Contas da União sobre a existência de eventual procedimento interno relacionado ao caso. O TCU respondeu que, no momento, não havia processo que tratasse especificamente de dano ao erário envolvendo Motta, embora tenha confirmado que outra representação sobre o tema esteja em tramitação.
O que muda na prática? Por enquanto, trata‑se de um levantamento de provas e documentos. Se houver elementos suficientes, esse procedimento preliminar pode ser convertido em inquérito civil para apurar possível improbidade administrativa por parte de Hugo Motta e de servidores do gabinete.
- A assessoria do deputado foi procurada e não apresentou manifestação.
- A reportagem não localizou Ivanadja Velloso.
O caso segue em apuração pelo MPF, que continuará reunindo informações para decidir os próximos passos.

