Na terça‑feira (04), o pregão americano terminou em queda para ações de tecnologia, mesmo depois de resultados corporativos positivos e de notícias sobre novos investimentos em inteligência artificial. Especialistas soaram um alerta sobre uma possível “bolha de IA” — e isso pode ter levado investidores a reduzir riscos, com efeitos indiretos também para quem aplica dinheiro no Brasil, inclusive na Bahia.
O recuo em números e nomes
Os índices sentiram o aperto: o Nasdaq caiu cerca de 2% e o S&P 500 recuou em torno de 1%, marcando a maior baixa diária em quase um mês. Entre as empresas que fecharam no vermelho estavam:
- Nvidia
- Amazon
- Apple
- Microsoft
- Tesla
- Alphabet
- Meta
A Nvidia teve destaque: pouco depois de ultrapassar pela primeira vez a marca de valor de mercado de US$ 5 trilhões, as ações fecharam com queda de cerca de 8% e caíram mais cerca de 3% no after‑hours. A analítica Palantir também recuou em torno de 8%, contribuindo para a pressão sobre os índices.
Fora dos Estados Unidos, mercados de tecnologia em Seul, Tóquio, Reino Unido, França e Alemanha também encerraram o dia em baixa.
Por que isso aconteceu?
Executivos de grandes bancos alertaram para a chance de uma correção depois de recordes recentes, dizendo que alguns papéis podem ter ficado supervalorizados. Líderes do Morgan Stanley e do Goldman Sachs demonstraram preocupação, e Jamie Dimon, presidente do JPMorgan Chase, chegou a dizer que teme um possível colapso do mercado num horizonte de seis meses a dois anos — declarações que fizeram parte dos motivos para alguns investidores recuarem.
Analistas também questionaram a velocidade e a rentabilidade esperadas dos investimentos em IA. Herald van der Linde, chefe de estratégia de ações para a Ásia‑Pacífico do HSBC, apontou que houve um fluxo concentrado para ações ligadas à IA e que isso pode levar a uma pausa nessas apostas. Angus McGeoch, da Barrenjoey em Hong Kong, destacou que empresas estão de olho nos resultados de 2025 e reconhecem os riscos, mas, por enquanto, não há sinais de uma saída em massa.
Especialistas esperam monitorar de perto os desdobramentos e os resultados corporativos de 2025. Em resumo: decisões sobre novos aportes em inteligência artificial provavelmente serão reavaliadas nos próximos meses — e quem investe deve acompanhar essa revisão com atenção.

