A Polícia Civil de Mato Grosso investiga o homicídio de Vinicius, em Cáceres, que, segundo depoimentos, foi morto por amigos de infância após ordem de integrantes do Comando Vermelho (CV). O principal investigado, Wagner Moreno de Souza, afirmou que recebeu a determinação de assassinar a vítima como “prova de lealdade” após migrar do PCC para o CV.
Emboscada
De acordo com a investigação, na sexta-feira (31), Wagner convidou Vinicius para fumar maconha, valendo-se da relação de confiança entre ambos. No local combinado, a vítima foi rendida por dois adolescentes, de 16 e 17 anos, e amarrada. Com a participação de Luiz José Rodrigues, conhecido como “Venezuelano”, o grupo iniciou agressões que culminaram em decapitação e tentativa de retirada de um órgão do tronco, acreditando tratar-se do coração. Segundo a polícia, a ação foi transmitida por videochamada para membros da facção, que teriam prometido recompensas via Pix.
Ocultação de cadáver
Após o crime, os suspeitos colocaram o corpo e o órgão em um saco preto e a cabeça em uma sacola branca. O corpo foi deixado na Avenida São Luiz, nas proximidades do Estádio Geraldão, e a cabeça foi abandonada na Rua Barão de Mauá, no bairro Santa Cruz, em Cáceres (MT). No local do crime, a polícia apreendeu um revólver calibre .38, munições, uma faca com marcas de sangue, além do celular e documentos da vítima.
Prisões e andamento do caso
Wagner Moreno de Souza e Luiz José Rodrigues estão presos preventivamente e devem responder por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Os dois adolescentes foram apreendidos e estão à disposição da Justiça. Em decisão que manteve as prisões, a magistrada destacou a “brutalidade” e o contexto de facção: crime com decapitação e extração de órgão, supostamente como prova de lealdade, com transmissão ao vivo para lideranças. A Polícia Civil apura a participação de outros envolvidos e se o vídeo foi compartilhado em grupos ligados à facção.


