Salvador, na Bahia — A Microsoft anunciou nesta segunda-feira que vai investir US$ 7,9 bilhões (pouco mais de R$ 42 bilhões) em projetos de inteligência artificial nos Emirados Árabes Unidos. O objetivo é abrir novos data centers e aumentar a capacidade de computação em nuvem no país.
O anúncio foi feito pelo presidente da companhia, Brad Smith. Ele disse que o valor será aplicado ao longo dos próximos quatro anos e que a Microsoft pretende quase triplicar a quantidade de chips avançados da Nvidia em operação nos Emirados.
Como o dinheiro será usado
Segundo a reportagem da Bloomberg, o montante está dividido em duas frentes principais:
- Mais de US$ 5,5 bilhões para despesas de capital em infraestrutura de nuvem e IA entre o início de 2026 e 2029.
 - Cerca de US$ 2,4 bilhões para custos operacionais e contratações locais.
 
O movimento acompanha uma demanda crescente por serviços de IA na região do Golfo — e também segue laços já estabelecidos entre a Microsoft e atores locais.
No começo de 2024, a Microsoft investiu US$ 1,5 bilhão na G42, de Abu Dhabi, e Brad Smith passou a integrar o conselho da empresa. Ainda neste ano, a OpenAI, cujo maior patrocinador é a Microsoft, escolheu os Emirados como o primeiro país fora dos Estados Unidos para hospedar o projeto de data center Stargate.
Há também um componente político: em outubro, o governo dos Estados Unidos autorizou a exportação de chips semicondutores para empresas americanas que operam nos Emirados. Autoridades norte-americanas, porém, expressaram preocupação sobre a concentração de grandes centros de dados no Oriente Médio, por possíveis implicações geopolíticas — por exemplo, a tecnologia sendo aproveitada por países com relações próximas na região, como a China.
E o Brasil, o que ganha (ou perde) com isso? A ampliação global da capacidade de nuvem e a corrida por chips avançados podem afetar o mercado brasileiro: pressiona preços, muda cadeias de fornecimento e aumenta a concorrência por serviços e por profissionais especializados. Empresas no Brasil, inclusive na Bahia, podem enfrentar mais disputa por acesso a capacidade de processamento e talentos.
Em resumo: é um aporte grande, planejado para os próximos quatro anos, que reforça a presença da Microsoft na região e pode ter efeitos indiretos em mercados conectados, como o brasileiro.

			