A disputa entre SpaceX e NASA voltou a ganhar destaque quando a agência reabriu o contrato da etapa de pouso da missão Artemis 3, prevista para 2028. Em resposta, a SpaceX reavaliou seu plano de pouso lunar.
O que motivou a reação
O anúncio veio do administrador interino, Sean Duffy, que citou preocupações sobre o cumprimento de marcos técnicos essenciais — entre eles, o reabastecimento em órbita. A resposta pública do fundador da SpaceX foi imediata e áspera.
“Sean Dummy”, escreveu Elon Musk, acrescentando que, segundo ele, Duffy estaria “tentando destruir a NASA”.
Atualização: “To the Moon and Beyond”
Uma semana depois, a SpaceX publicou uma atualização chamada To the Moon and Beyond. No documento, a empresa resumiu o progresso e defendeu a capacidade do Starship para atender às metas da agência.
A companhia destacou que o interior pressurizado do Starship supera 600 metros cúbicos — cerca de dois terços do volume da Estação Espacial Internacional — e que a versão lunar poderia ser configurada para acomodar várias pessoas, com duas eclusas destinadas à exploração da superfície.
A SpaceX também disse estar trabalhando em duas frentes ao mesmo tempo: o desenvolvimento do veículo para futuras missões a Marte e uma versão específica para o pouso lunar da Artemis 3.
Contrato, marcos e testes
Sobre o acordo com a NASA, a empresa lembrou que se trata de um contrato de preço fixo: os pagamentos só ocorrem quando marcos previamente definidos são cumpridos. Até agora, a SpaceX afirma ter completado 49 marcos.
- Testes de proteção contra micrometeoritos e detritos;
- Sistemas de suporte à vida;
- Controle térmico.
Mas como a SpaceX pretende cumprir o cronograma e os marcos exigidos pela NASA? A companhia planeja novos testes, incluindo o envio de uma etapa superior do Starship à órbita terrestre e um experimento de reabastecimento previsto para 2026, caso o calendário se mantenha.
Arquitetura da missão e cronograma
Em comunicado, a SpaceX disse compartilhar o objetivo de levar astronautas à Lua o quanto antes e sinalizou disponibilidade para ajustar o projeto à prioridade nacional. A empresa informou que estuda uma arquitetura de missão simplificada, que poderia acelerar o retorno lunar e aumentar a segurança da tripulação, sem divulgar detalhes.
Pelo plano vigente, os quatro astronautas da Artemis 3 seriam lançados a bordo do foguete Space Launch System (SLS) e seguiriam na cápsula Orion até a órbita lunar. Lá, fariam a transferência para o Starship, que desceria à superfície e depois retornaria à órbita para o retorno à Terra.
“O Starship acabará realizando toda a missão lunar. Podem anotar minhas palavras”, escreveu Elon Musk em 20 de outubro.
Como desdobramento imediato, a reabertura do contrato pela NASA colocou a fase de seleção em evidência. A SpaceX, por sua vez, mantém o cronograma de testes visando o experimento de reabastecimento em 2026, enquanto a agência segue com a previsão de realizar a Artemis 3 em 2028, conforme o planejamento divulgado.

