Mensagens trocadas por Penélope, conhecida como “Japinha do CV”, com uma amiga durante a megaoperação policial no Rio de Janeiro mostram o clima de tensão instantes antes de ela morrer em confronto. Na conversa, atribuída à coluna Na Mira, do portal Metrópoles, a jovem relata que “a bala tá comendo” e que há helicópteros sobrevoando a região. Ela foi morta na terça-feira (28), durante ações nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da cidade.
De acordo com as publicações, a conversa começou com um “oi” e incluiu uma chamada de vídeo de cerca de três minutos. Em seguida, Penélope escreveu: “Oi. Não vamos ficar aqui, não”. Questionada pela amiga se a operação havia terminado, respondeu: “Não. Eles tão aqui em cima de nós. A bala tá comendo. Helicóptero tá aqui rodando”. Pouco tempo depois, ela foi atingida e morreu no local do confronto.

A ação foi classificada por autoridades como uma das mais letais já realizadas no estado, mobilizando cerca de 2,5 mil agentes de diferentes corporações e resultando em dezenas de mortes e prisões. A área de atuação abrangia 26 comunidades, com relatos de moradores sobre intensa circulação de blindados e aeronaves, além de tiroteios ao longo da madrugada e da manhã.
Apontada em reportagens como figura de confiança de líderes locais do Comando Vermelho, Penélope era apresentada como integrante da linha de frente, com atuação na proteção de rotas de fuga e em pontos estratégicos do tráfico. Em redes sociais, ela aparecia ostentando armas e publicando vídeos dançando, o que contribuiu para a notoriedade do apelido “Musa do Crime”.
Após a divulgação de imagens do corpo nas redes, familiares pediram que o conteúdo não fosse compartilhado, afirmando que a exposição causou sofrimento à família. Também circularam áudios atribuídos à jovem, nos quais ela negaria a própria morte; posteriormente, posts em perfis ligados a parentes confirmaram o óbito.
A morte de Penélope foi causada por um disparo de fuzil durante confronto com as forças de segurança. Na ocasião, ela usava vestimentas camufladas e colete tático. As forças policiais informaram ter realizado apreensões e localizaram rotas de fuga e passagens camufladas em áreas da operação.




