O governo da Bahia, por meio da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), assinou na última sexta‑feira (24) um termo de fomento para um projeto‑piloto que vai investigar homicídios na Região Metropolitana de Salvador, com foco no município de Camaçari.
Sobre o projeto
Intitulado “Redes criminais e homicídios em Camaçari: Mapeamento e análise à repressão qualificada”, o estudo foi estruturado em parceria com a organização Iniciativa Negra por uma Nova Política de Drogas e financiado por emenda parlamentar.
O objetivo é entender a dinâmica dos homicídios no município, cartografar as redes sociais de grupos criminais armados, avaliar a efetividade das práticas repressivas e desenvolver metodologias mais qualificadas para esclarecer mortes e desarticular organizações criminosas.
“compreender a dinâmica dos homicídios no Município, cartografar as redes sociais dos grupos criminais armados atuantes, analisar a efetividade das práticas repressivas adotadas e desenvolver metodologias qualificadas para o esclarecimento de homicídios e o desmantelamento das organizações criminosas”, diz o termo de fomento.
Recursos e prazo
Para a execução foram destinados R$ 200 mil, conforme publicação no Diário Oficial do Estado. O secretário estadual Felipe Freitas, titular da SJDH, disse que a iniciativa busca colaborar com estudos sobre a ocorrência de homicídios e apoiar as forças de segurança na melhoria do policiamento e da investigação.
“A ideia é colaborarmos com a análise sobre a situação dos homicídios”, afirmou Felipe Freitas.
Por que Camaçari?
Camaçari foi escolhida como área‑piloto em razão da implementação do Programa Bahia pela Paz (BPP) no município, que previa a instalação de coletivos para prevenção e acompanhamento de jovens e apoio às estruturas de segurança pública. Por que essa escolha? A própria combinação de intervenções públicas e indicadores elevados torna o município um espaço estratégico para testes e aprendizados.
Segundo o Anuário de Segurança Pública de 2025, Camaçari foi a 4ª cidade mais violenta do país, registrando 239 mortes violentas intencionais (MVI) em 2024. Com estimativa de 334.195 habitantes (Censo 2023), a taxa apontada foi de 74,8 mortes violentas a cada 100 mil habitantes.
Parcerias técnicas
O projeto também terá apoio técnico do Ministério Público estadual (MP‑BA), do Instituto Fogo Cruzado e da Universidade Federal Fluminense (UFF), por meio do Grupo de Estudo dos Novos Ilegalismos (GENI‑UFF), para produção de diagnósticos e análise dos dados coletados.
O secretário indicou que os trabalhos devem começar imediatamente e que os resultados preliminares podem surgir já em cerca de seis meses, com as conclusões sendo compartilhadas com a sociedade e com órgãos de segurança e justiça.
Freitas descreveu o mapeamento como parte de um esforço do governo para modernizar as áreas de inteligência e investigação e valorizou a cooperação com organizações da sociedade civil na busca por soluções técnicas para enfrentar os homicídios.

