O governo dos Estados Unidos e a fabricante AMD fecharam uma parceria para construir supercomputadores destinados à segurança nacional, à pesquisa em energia nuclear e ao desenvolvimento de tratamentos contra o câncer. O acordo prevê investimentos de até US$ 1 bilhão.
O objetivo
A proposta é entregar capacidade computacional suficiente para realizar experimentos científicos complexos e processar grandes volumes de dados. Isso tem aplicação direta em avanços na geração de energia por fusão, na gestão do arsenal nuclear e em simulações moleculares que ajudam a desenvolver medicamentos. Mas por que isso importa? Porque essas simulações e testes que hoje demoram meses ou anos podem ser acelerados com mais poder de processamento.
O primeiro sistema
O primeiro supercomputador, chamado Lux, foi projetado com chips de inteligência artificial MI355X e tinha previsão de entrar em operação em até seis meses. O projeto foi desenvolvido em parceria com a Hewlett Packard Enterprise, a Oracle Cloud Infrastructure e o Laboratório Nacional de Oak Ridge.
“Fizemos grandes progressos, mas os plasmas são instáveis e precisamos recriar o centro do Sol na Terra”, disse Chris Wright.
A presidenta da AMD, Lisa Su, afirmou que o tempo de implantação do Lux foi mais rápido que a média para máquinas desse porte e destacou a velocidade como elemento-chave para os esforços de IA. A empresa prometeu uma capacidade de inteligência artificial até três vezes maior que a das estruturas então em operação.
Próximos passos e cronograma
Um segundo supercomputador, chamado Discovery, foi programado para ser entregue em 2028, com início de operações previsto para 2029, usando chips da série MI430 concebidos para alto desempenho. Os cronogramas também confirmaram entregas entre 2026 e 2028 para os sistemas anunciados.
Energia e conexão à rede
O plano integrado ressalta a necessidade de grande aporte de energia elétrica para sustentar esses sistemas de alto desempenho. Em paralelo, o secretário de Energia pediu a reguladores federais a criação de uma norma para acelerar a conexão de data centers às redes elétricas, com a intenção de reduzir prazos e custos — a meta é permitir ampliações e revisões em cerca de 60 dias, em vez de anos.
Os equipamentos foram previstos para serem instalados em unidades do Departamento de Energia, com participação compartilhada das empresas envolvidas nas pesquisas conduzidas em conjunto com o governo federal.
Em suma: a parceria tenta colocar capacidade computacional de ponta a serviço da segurança e da pesquisa científica, encurtando tempos para experimentos complexos e desenvolvimento de novas soluções. Agora cabe acompanhar se os prazos e o suprimento de energia vão acompanhar o ritmo dessas ambições.

