O Google anunciou novos recursos de inteligência artificial para o Google Earth que, segundo a empresa, foram pensados para ajudar a salvar vidas em desastres naturais e a enfrentar mudanças climáticas. A ideia é identificar comunidades e infraestruturas em risco, localizar objetos e descobrir padrões em imagens de satélite — tudo de forma mais rápida do que antes.
Como funciona
O núcleo dessa novidade é o chamado Raciocínio Geoespacial. Ele combina automaticamente diferentes modelos — como previsões meteorológicas, mapas de população e imagens de satélite — para responder perguntas complexas. Por exemplo, a tecnologia consegue cruzar previsões de enchentes com densidade populacional para apontar quais áreas deveriam receber alertas preventivos primeiro.
Mas como isso ajuda na prática? Ao integrar várias fontes de dados e modelos, o sistema consegue priorizar riscos e destacar pontos vulneráveis em minutos, em vez de dias ou semanas.
“O Earth AI combina décadas de modelagem do planeta, modelos preditivos avançados e o raciocínio do Gemini para permitir que empresas, cidades e organizações sem fins lucrativos obtenham análises aprofundadas em minutos”, disse a empresa.
Perguntas diretas ao Gemini
Além do Raciocínio Geoespacial, o Google incluiu modelos de IA que permitem aos analistas fazer perguntas diretamente ao Gemini dentro da plataforma. Entre os exemplos citados estão a identificação de trechos de rios ressecados — útil para prever risco de tempestades de areia — e a detecção rápida de proliferação de algas nocivas, importante para monitorar o abastecimento de água potável e antecipar decisões sobre o fechamento de sistemas.
Aplicações já em uso
O Google mencionou algumas aplicações práticas que já utilizaram o Earth AI em diferentes setores:
- O Escritório Regional da Organização Mundial da Saúde para a África (OMS AFRO) combinou modelos de População e Meio Ambiente com dados próprios para identificar e prever áreas da República Democrática do Congo em risco de surtos de cólera, apoiando ações como gestão de água, saneamento e campanhas de vacinação.
- Fornecedores de imagens de satélite, como Planet e Airbus, empregaram os modelos para analisar bilhões de pixels: a Planet mapeou desmatamento a partir de imagens históricas, e a Airbus detectou onde a vegetação avançava sobre linhas de energia para evitar interrupções.
- A Bellwether, empresa da unidade X da Alphabet, usou o Earth AI para gerar previsões de furacões aplicadas pela corretora global McGill and Partners, com o objetivo de acelerar o pagamento de indenizações e a reconstrução de casas.
Disponibilidade
Os recursos experimentais foram anunciados para lançamento nos Estados Unidos nas próximas semanas para usuários do Google Earth Professional e do Professional Advanced. Assinantes do Google AI Pro e do Ultra nos EUA terão acesso aos recursos do Gemini no Google Earth com limites maiores.
O Google afirmou que os recursos serão liberados conforme o calendário anunciado e que o acesso a funcionalidades avançadas via Gemini dependerá do tipo de assinatura, sem detalhar datas para outros países além dos Estados Unidos.
Em suma, a novidade busca transformar grandes volumes de imagens e dados em respostas práticas e acionáveis — uma ferramenta que promete acelerar análises e apoiar decisões em situações de risco.

