O The New York Times informou que a startup americana OpenEvidence está prestes a anunciar uma nova rodada de investimento de US$ 200 milhões, o que elevaria sua avaliação para US$ 6 bilhões. A notícia vem três meses após um aporte de US$ 210 milhões, quando a empresa havia sido avaliada em US$ 3,5 bilhões.
A OpenEvidence foi fundada em 2022 com apoio da Mayo Clinic e desenvolveu uma plataforma de inteligência artificial para suporte à prática médica. A ferramenta foi treinada em bases respeitadas, como o New England Journal of Medicine e o JAMA Network, e cobre mais de 160 especialidades e milhares de doenças.
O que a plataforma oferece
Entre as funcionalidades destacadas estão:
- geração automática de gráficos e tabelas a partir de artigos científicos;
- sugestão de perguntas de seguimento para aprofundar análises clínicas;
- o agente DeepConsult, capaz de produzir relatórios científicos extensos em poucas horas;
- tempo médio de resposta entre 5 e 10 segundos, permitindo uso em tempo real durante consultas.
A plataforma é oferecida de forma gratuita e ilimitada para profissionais de saúde verificados nos Estados Unidos, e o crescimento da base de usuários tem ocorrido principalmente por recomendações entre colegas. Desde julho, o número de consultas clínicas mensais quase dobrou, alcançando cerca de 15 milhões, segundo dados apresentados à imprensa.
A nova rodada foi liderada pela Google Ventures e contou com participação de fundos como Sequoia Capital, Kleiner Perkins, Blackstone, Thrive Capital, Coatue Management, Bond e Craft. Os investidores ressaltaram o interesse crescente por aplicações de IA direcionadas a setores específicos, como a saúde, em vez de modelos genéricos de conversação.
Expansão e novos recursos
Com o novo aporte, a empresa pretende acelerar a expansão internacional e incorporar recursos como análise automatizada de dados laboratoriais e de relatórios clínicos. Essa escala global abre possibilidades de parcerias fora dos Estados Unidos e de adaptações locais em diferentes sistemas de saúde.
Potencial impacto na Bahia
A chegada ou adoção de plataformas como a OpenEvidence em hospitais e redes de atenção na Bahia poderia reduzir o tempo de acesso a evidências científicas durante consultas, apoiar decisões diagnósticas e terapêuticas em tempo real e fornecer material de apoio para pesquisa e ensino clínico. Como isso se traduz na prática? Especialistas locais e gestores hospitalares teriam oportunidade de estabelecer parcerias para validar fluxos de trabalho, integrar sistemas de informação e treinar profissionais para uso seguro da ferramenta.
Em nível institucional, a expansão prevista sinaliza oportunidades de colaboração entre universidades, centros de pesquisa e provedores de saúde no Brasil, mas também exige avaliação por órgãos reguladores e comitês de ética para garantir conformidade com protocolos locais e proteção da privacidade de dados. A empresa afirmou que pretende adaptar recursos para diferentes mercados como parte do plano de internacionalização.
Em comunicações oficiais, a OpenEvidence confirmou que pretende usar o novo capital principalmente para ampliar sua presença global e implementar as funcionalidades de análise automatizada de exames e relatórios clínicos.