Um projeto de lei apresentado na Câmara Municipal de Salvador propõe a inclusão da Bíblia Sagrada como material paradidático nas escolas públicas e privadas da cidade. A proposta, que visa complementar disciplinas como História, Literatura, Ensino Religioso, Artes e Filosofia, tem gerado polêmica e críticas, especialmente após a influenciadora digital e escritora Bárbara Carine se manifestar contra a iniciativa, classificando-a como “revoltante” e defendendo a laicidade do ensino.
O vereador Kênio Rezende (PRD) é o autor do projeto, que prevê que a participação dos alunos nas atividades com a Bíblia seja facultativa, garantindo o direito à liberdade religiosa conforme a Constituição Federal. No entanto, o texto não especifica qual versão da Bíblia seria adotada, o que tem gerado questionamentos sobre a diversidade religiosa e a adequação do conteúdo.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, Bárbara Carine criticou duramente o projeto, afirmando que a proposta é vergonhosa e que a escola deve manter-se laica, sem privilegiar qualquer religião. A influenciadora ressaltou a importância de respeitar a pluralidade religiosa e a diversidade cultural no ambiente escolar.
O debate sobre o uso da Bíblia nas escolas não é exclusivo de Salvador. Em Belo Horizonte, um projeto semelhante foi aprovado recentemente, suscitando intensos debates na Câmara Municipal. Parlamentares contrários argumentam que a medida fere o princípio da laicidade do Estado e pode constranger alunos de outras religiões ou sem religião. Já os defensores afirmam que o conteúdo bíblico tem valor cultural e histórico, podendo enriquecer o currículo escolar.
Especialistas em educação destacam que a definição dos conteúdos pedagógicos deve ser feita por órgãos técnicos e educacionais, como a Secretaria Municipal de Educação e os Conselhos de Educação, respeitando a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a legislação vigente.