Um tribunal dos Estados Unidos determinou, na sexta-feira (17), que o grupo NSO cesse o uso de seu software de espionagem no WhatsApp. A liminar foi assinada pela juíza do Tribunal Distrital dos EUA, Phyllis Hamilton, e atinge operações globais — alcançando usuários no Brasil, inclusive na Bahia.
O que isso muda na prática? Em termos imediatos, impede que a empresa use a ferramenta para atacar a plataforma e seus usuários. Mas a decisão também tem efeitos financeiros e legais que vão além da proibição.
Indenização revisada
O valor de indenização inicialmente calculado sofreu uma redução significativa: de US$ 167 milhões para US$ 4 milhões, segundo a determinação do tribunal.
Acusações e defesa
De acordo com apuração da Reuters citada no processo, o grupo teria explorado falhas de software por meio do spyware Pegasus, com o WhatsApp entre os principais alvos. Em resposta, a NSO afirmou que suas ferramentas são usadas para investigar crimes graves e terrorismo e alegou que a proibição poderia prejudicar seu modelo de negócios, possivelmente levando-a a sair do mercado.
A empresa declarou que vai avaliar a decisão judicial e definir os próximos passos de forma adequada.
Reação do WhatsApp
Executivos do aplicativo celebraram a decisão. O chefe do WhatsApp, Will Cathcart, afirmou que a medida impede que o fabricante de spyware volte a atacar a plataforma e os usuários globais, e destacou que a decisão encerra um litígio que já dura seis anos.
Outras ameaças pelo aplicativo
Além do caso envolvendo o Pegasus, empresas de segurança identificaram campanhas de malware que usam o WhatsApp como vetor. A Kaspersky informou ter bloqueado mais de 62 mil tentativas de ataque neste mês de outubro, por meio de um trojan bancário chamado Maverick. A infecção ocorria via arquivos de atalho do Windows e se propagava pelo WhatsApp Web, com foco em usuários no Brasil.
O processo vinha sendo conduzido há seis anos, e a NSO disse que analisará a decisão antes de anunciar seus próximos passos.